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Gamma x Delta: qual variante do coronavírus vai dominar o Brasil?

Com a disseminação da cepa identificada pela primeira vez na Índia, tendência é de que a variante brasileira deixe de ser prevalente no país

atualizado

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CDC/Unsplash
imagem de um coronavírus
1 de 1 imagem de um coronavírus - Foto: CDC/Unsplash

Nas últimas semanas, a vigilância epidemiológica brasileira descobriu mais de 100 casos de pessoas infectadas com a variante Delta do coronavírus em território nacional. A cepa, identificada pela primeira vez na Índia, ultrapassou os limites do país asiático, está em quase todo o mundo, e é vista com preocupação pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Antes de a Delta desembarcar por aqui, o Brasil já tinha variante importante, originária de Manaus, que foi conhecida anteriormente como P.1, mas recebeu a nomeação de Gamma pelos novos critérios estabelecidos pela OMS. A Gamma, por enquanto, é predominante no país, mas especialistas acreditam que a Delta provavelmente tomará este espaço em breve, pois já está em transmissão comunitária.

“Corremos o risco, sim, de ela ultrapassar a Gamma. A pessoa contaminada passa o vírus de forma mais facilmente porque a Delta é mais transmissível do que qualquer outra variante. Ela tem mutações inéditas, que a tornam menos reconhecível para os anticorpos e pode até diminuir a eficácia das vacinas”, alerta o virologista Bergmann Morais Ribeiro, da Universidade de Brasília (UnB).

No México, por exemplo, a Gamma tinha presença muito forte entre os casos confirmados de Covid-19. Depois da chegada da Delta, a variante indiana já é a mais prevalente no país. O mesmo deve acontecer por aqui.

Ribeiro explica que não há informações suficientes para afirmar que a Delta é responsável por quadros mais graves da Covid-19, e que, apesar de terem a eficácia diminuída frente à variante, os imunizantes disponíveis no país até o momento funcionam contra a cepa, principalmente depois da segunda dose. O problema é que, com a cobertura vacinal completa ainda baixa (o Brasil tem cerca de 23% da população adulta integralmente imunizada), ainda há muita gente suscetível à infecção.

“Quanto mais gente ficar doente, mais pessoas vão precisar ser hospitalizadas”, alerta o virologista. O Brasil pode passar por mais uma onda de casos altos e pressão no Sistema Único de Saúde (SUS).

Para evitar esse cenário, o conselho dos especialistas é acelerar a vacinação para proteger mais pessoas, além de garantir a quarentena de infectados e de contatos próximos. “A Delta é um problema, mas a Gamma também está evoluindo, adaptando-se ao corpo. Quanto mais tempo deixarmos o vírus circulando, maior a chance de ele ter mutações que o favoreçam. O importante é parar a replicação de todas as variantes”, salienta Ribeiro.

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