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Fiocruz detalha faixas etárias nas quais vacinação está estagnada

Boletim da Fiocruz faz diagnóstico sobre o alcance da campanha de imunização nos diferentes grupos de idade

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Fotografia colorida. Enfermeira aplica dose de vacina no braço de pessoa
1 de 1 Fotografia colorida. Enfermeira aplica dose de vacina no braço de pessoa - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou, nesta quarta-feira (16/3), um estudo detalhado sobre a vacinação contra a Covid-19 no país. Embora as vacinas estejam disponível para toda a população a partir dos 5 anos, o Brasil ainda enfrenta o desafio de aplicar a primeira dose – também chamada de D1 – em algumas faixas etárias.

Os pesquisadores responsáveis pelo estudo chamam atenção para a necessidade do rastreamento dessas pessoas. “A gente tem uma estagnação na curva de primeira e segunda dose no país e um ritmo relativamente acelerado de crescimento da dose de reforço. Mas é preciso olhar com cuidado esses dados ao verificar que a distribuição de cobertura vacinal não é homogênea entre os grupos etários”, alerta o pesquisador Raphael Guimarães, coautor do  trabalho.

Na avaliação dos especialistas do Observatório Covid-19 Fiocruz, o principal desafio agora é a vacinação das crianças de 5 a 11 anos, grupo que representa 9,5% da população brasileira. Apenas 39,3% das crianças desta faixa etária receberam a primeira dose, embora tenham sido incluídas na campanha de vacinação em janeiro deste ano.

De acordo com os pesquisadores, a baixa na procura está relacionada ao grande número de fake news divulgadas no início da imunização das crianças. “Os divulgadores de notícias falsas elevaram o tom da especulação, causando insegurança em muitos pais sobre os riscos de vacinar seus filhos”, afirmaram na nota técnica.

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Entre os adultos, a população no grupo etário entre 40 e 44 anos é a que apresenta a menor taxa de cobertura com a primeira dose (84,8%). A ausência dessas pessoas é relacionada a problemas como a dificuldade de acesso aos postos de saúde, especialmente onde a rede assistencial não consegue suprir as demandas.

Guimarães chama atenção para o fato de que esta foi a faixa etária que mais adoeceu no período crítico da pandemia entre março e maio de 2021.

Por outro lado, a população de 80 anos ou mais encabeça está praticamente toda vacinada com a primeira dose (99,5%).

Veja o gráfico da vacinação no país por faixa etária:

Segunda dose

Os mais jovens possuem as menores taxas de aplicação da segunda dose. Apenas 57,5% dos adolescentes com 12 a 17 anos completaram o esquema vacinal primário. Entre os jovens adultos, as taxas são de 71,9% entre os com 18 a 19 anos; 75,7% entre os com 20 a 24 anos; e 79,5% para os com 25 a 29 anos.

“Isso nos causa preocupação porque é um grupo particularmente mais sociável que os demais, de forma que a circulação com outros grupos é mais intensa e isso requer uma atenção especial para tentar incentivar o aumento da cobertura entre eles”, explica Guimarães.

Vacinação de idosos

O aumento do número de idosos que morreram ou precisaram de internação hospitalar nas últimas semanas por causa da Covid-19 mostra que as pessoas de mais idade estão mais vulneráveis, indicando a queda da imunidade.

Embora tenham sido os primeiros a entrarem na fila da dose de reforço, cerca 71,3% dos idosos com 80 anos ou mais tomaram a dose. A taxa chega a 76% entre os com 75 a 79 anos.

“Idosos que não mantém esquema com reforço em dia estão em situação particularmente perigosa, mesmo com o arrefecimento da incidência e mortalidade na população como um todo”, alertam os pesquisadores.

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