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Negacionistas espalham fake news da vacina e ignoram mortes por Covid

Movimento de grupos que buscam “morte por vacina” para chamar de sua enquanto ignoram óbitos por Covid-19 é o tema do “A Semana em Fakes”

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Vacinação infantil
1 de 1 Vacinação infantil - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Desde dezembro, estamos alertando no A Semana em Fakes (você pode ver aqui, aqui e aqui) que grupos antivacinas tentaram fincar a última trincheira contra imunizantes. Felizmente, podemos falar (com orgulho) que negacionistas (famosos ou não) perderam mais essa batalha contra a ciência.

Com mais esse revés no Brasil, grupos antivacinas têm buscado, incessantemente, por mortes e problemas de saúde em crianças para poder expor e arranjar uma arma de ataque contra imunizantes. Esse movimento se intensificou nesta semana, a primeira de aplicação de vacinas em crianças de 5 a 11 anos.

Na última semana, o Boatos.org desmentiu três fake news novas que tentaram atribuir mortes e supostas reações adversas das vacinas em crianças. Uma delas, de forma genérica, apontava falsamente que “60 crianças estavam passando mal na Paraíba” por causa dos imunizantes.

Um segundo boato apontava para um “menino que teria morrido por causa da vacina na Paraíba”. O elemento comprobatório da história seria um suposto vídeo de um pai indignado. Detalhe: não houve a tal morte e o vídeo era de 2019.

Houve, ainda, uma terceira situação e queremos nos aprofundar neste caso. No dia 19 de janeiro, uma menina de 10 anos, da cidade de Lençóis Paulista, se imunizou contra a Covid-19. No mesmo dia, ela teve um mal súbito e teve que ser internada após sofrer uma parada cardíaca.

Sem qualquer prova, grupos antivacinas começam a expor a identidade da criança e apontavam que a ocorrência seria um evento adverso da vacinação. No dia seguinte, a verdade foi revelada. A ocorrência (que, felizmente, não resultou na morte da crianças) foi causa por uma doença na menina e não por causa das vacinas.

Esse modus operandi de expor crianças (em alguns casos sem autorização dos pais) para espalhar histórias sobre falsas sobre “efeitos terríveis” das vacinas contra Covid-19 tem sido recorrente. Não é preciso de muito para ser bombardeado por rostos de crianças fofas que teriam sido vítimas das vacinas. É claro que esse movimento não perpassa por humanidade ou compaixão. Tudo é uma estratégia (das mais apelativas em uma guerra comunicacional).

A prova disso é que não se vê nenhum afinco para dar “rosto e nome” a crianças e adolescentes que morreram por Covid-19. E casos não faltam. Desde o início da pandemia, mais de 300 crianças entre cinco e 11 anos morreram por conta da Covid-19. Não vemos nenhuma menção a isso em mensagens impulsionadas automaticamente no WhatsApp, mensagens de deputados (ou deputadas) que têm se utilizado de todas as suas energias para atacar as vacinas ou vídeos de “médicos e influencers” que defendem remédios sem eficácia contra Covid-19.

Ao contrário. O que vemos são declarações (inclusive do presidente da República) minimizando as mortes de crianças e fake news que apontam que elas são imunes à doença e que não precisariam ser vacinadas (o que os números mostram que não é real).

Em suma, o quadro é essa. Negacionistas continuam negando a gravidade da Covid-19 e muitos deles (os antivacinas) clamam por uma morte de criança por conta dos imunizantes (o que não ocorreu ainda no Brasil) para poder chamar de sua e fazer um estardalhaço. Quanto as centenas que morreram por Covid? Resta apenas um “lamento muito”.

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Destaques nas redes sociais

Edgard Matsuki é editor do site Boatos.org, site que já desmentiu mais de 7 mil notícias falsas

Desde o início de 2021, o Boatos.org promove a seção “A Semana em Fakes”, com análises sobre assuntos relacionados a fake news. O conteúdo é aberto para republicação em veículos de mídia. No momento, publicamos o conteúdo no Jorn., Portal Metrópoles, Portal T5, Conexão Marília e O Anhanguera (caso tenha interesse, entre em contato com o Boatos.org para saber as condições). Para ver todos os textos da seção, clique aqui.

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