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Fake news sobre Covid-19 mataram cerca de 800 pessoas até agora

Informações falsas sobre tratamentos e medidas profiláticas colocam a saúde da população em risco ao redor do mundo

atualizado

Arte Metrópoles
Ilustração sobre o coronavírus

Apesar de parecerem inofensivas, as informações falsas sobre saúde podem custar a vida de alguém. Em tempos de pandemia de Covid-19, o caso é ainda mais sério: de acordo com uma pesquisa feita por um time internacional de cientistas e publicada na revista da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene, cerca de 800 pessoas já morreram em consequência de fake news relacionadas ao coronavírus.

Foram identificados, em 25 línguas em 87 países, 2.311 boatos e teorias da conspiração associadas à pandemia. O grupo analisou notícias, sites de agências de checagem e postagens no Facebook e Twitter. Entre 2.276 mensagens de texto selecionadas – as outras eram de áudio ou vídeo, 82% eram falsas.

Apesar de muitas fake news serem facilmente identificadas (como nas mensagens que garantem que a rede 5G é responsável pela infecção), algumas podem induzir a comportamentos arriscados relacionados à saúde.

“Por exemplo, há um mito popular de que o consumo de álcool concentrado poderia desinfectar o corpo e matar o vírus que estava circulando. Seguindo a desinformação, quase 800 pessoas morreram, 5.876 foram hospitalizadas e 60 ficaram cegas depois de tomar metanol”, escrevem os autores no estudo a partir de informações sobre casos semelhantes em vários países.

Também circularam notícias falsas parecidas com essa, que envolviam a água sanitária como parte de uma estratégia de prevenção à doença. No Brasil, apareceu o boato de que cocaína e loló seriam responsáveis por curar a doença.

Na Coreia do Sul, viralizou uma mentira de que a água salgada funcionaria contra o vírus e pelo menos 100 pessoas foram contaminadas em uma igreja ao usarem o mesmo frasco de spray para ingerir o líquido.

O grupo de pesquisadores não consegue alcançar quantas pessoas morreram após serem contaminadas em decorrência das fake news, mas alerta que as informações mentirosas são de fácil acesso e continuam circulando. “Agências de saúde precisam combater a desinformação associada à Covid-19 em tempo real e incluir as comunidades e os membros do governo para acabar com as fake news”, dizem.

Por aqui, o Ministério da Saúde tem uma página dedicada a desmentir as principais fake news que circulam por grupos de WhatsApp. Veja algumas delas, na galeria:

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