A Food and Drug Administration (FDA), equivalente à Anvisa dos Estados Unidos, decidiu aprovar a aplicação da vacina da Pfizer contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos. Dos 18 membros do painel do órgão, 17 votaram a favor, e um se absteve.
Agora, o país aguarda a autorização do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) para começar a administrar as doses nas crianças. A decisão do FDA foi tomada depois de uma reunião que durou quase um dia e analisou o risco e benefício das vacinas para esta população.
Foram levantadas dúvidas sobre os efeitos adversos raros em crianças, mas os especialistas decidiram que são os pais que devem tomar a decisão sobre a aplicação da vacina. Foi decidido que o imunizante não será obrigatório para esta faixa etária
“Acho que precisamos do imunizante como uma ferramenta no nosso arsenal para crianças em alto risco, para fins de igualdade, e para parentes que realmente queiram proteger seus filhos. A longo prazo, há muitas implicações no funcionamento das escolas”, afirmou Mark Sawyer, um dos membros do painel, antes de entrar na reunião.
O que se sabe sobre a vacinação de adolescentes contra Covid-19

As principais agências regulatórias de medicamentos do mundo já aprovaram a imunização de adolescentes com 12 anos ou mais contra a Covid-19Getty Images

A vacina da Pfizer/BioNTech é a única que pode ser aplicada em menores de 18 anos no BrasilPete Bannan/MediaNews Group/Daily Local News via Getty Images

A autorização para o uso emergencial em adolescentes com 12 anos ou mais foi dada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em junho deste anoIgo Estrela/Metrópoles


Além de proteger os jovens contra os efeitos da infecção, a vacinação contribui para reduzir a circulação viral, protegendo também adultos e idosos mais vulneráveisGetty Images



A miocardite é mais comum entre os jovens, observada com maior frequência entre os meninos após a segunda dose. Ela pode causar dor no peito e batimentos cardíacos acelerados, sintomas que desaparecem em poucos diasIgo Estrela/Metrópoles

Cientistas alertam que o risco de desenvolver miocardite após a infecção pelo novo coronavírus é até seis vezes maior do que após a vacina e reforçam a necessidade da imunizaçãoGetty Images
Os especialistas acreditam que apesar de as crianças não estarem no maior grupo de risco para a Covid-19, eles podem pegar a doença e repassar para outras pessoas. Também foram apresentados dados que mostram o aumento na quantidade de pessoas nessa faixa etária que foram contaminadas nos últimos meses.
Dose menor
Segundo a Pfizer, crianças devem receber uma dose menor da vacina, que pode ser mais de 90% efetiva contra a doença sintomática. Não foi analisada a capacidade da fórmula de evitar a transmissão do vírus, mas a farmacêutica acredita que, tomando como base a comparação com outras idades, é “razoável esperar alguma redução na transmissão”.
Segundo o governo americano, após a autorização formal do FDA e do CDC, 15 milhões de doses reduzidas serão entregues e a aplicação pode começar já na primeira semana de novembro.