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Estudo investiga link entre drogas psicodélicas e saúde cardíaca

Pesquisa com 375 mil americanos mostrou menor incidência de doenças cardíacas entre pessoas que já usaram drogas deste tipo

atualizado

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Drogas psicodélicas
1 de 1 Drogas psicodélicas - Foto: Getty Images

Estudos sobre o uso de drogas psicodélicas no tratamento de doenças estão ganhando força ao longo das últimas décadas.

Um trabalho recente realizado por cientistas da Universidade de Oxford, na Inglaterra, concluiu que o consumo de psicodélicos, como a ayuhuasca e o LSD, está relacionado a menores chances de desenvolver doenças cardíacas e diabetes.

No artigo publicado na revista Scientific Reports, o autor do estudo, Otto Simonsson, conta que a ideia da pesquisa surgiu a partir de resultados obtidos em um trabalho anterior, que foi publicado em março deste ano e apontou para uma relação entre o uso de substâncias psicodélicas e a redução do risco de sobrepeso e obesidade e de casos de hipertensão.

“Ambos (sobrepeso e hipertensão) são fatores de risco para as doenças cardiometabólicas. Portanto, queríamos olhar especificamente para a ligação entre o uso de psicodélicos ao longo da vida e a relação com essas doenças”, contou.

A nova pesquisa foi feita com base nos dados de cerca de 375 mil americanos que participaram da Pesquisa Nacional sobre Uso de Drogas e Saúde, entre 2005 a 2014. No questionário, eles responderam se usaram as substâncias em algum momento da vida e se já tinham recebido diagnóstico de doenças cardíacas ou diabetes.

A prevalência dos dois indicadores juntos foi menor entre os que já tinham experimentado drogas psicodélicas. Entre as pessoas que afirmaram já ter usado, 2,3% relataram diagnóstico de doença cardíaca e 3,95% diabetes. Em contrapartida, entre os que nunca usaram drogas, 4,5% afirmaram ter diagnóstico de doença cardíaca e 7,7% diabetes.

Os resultados não permitem estabelecer uma relação direta de causa e efeito entre o uso de psicodélicos e a prevenção dos problemas de saúde, mas indicam que há um campo a ser estudado.

Simonsson, o autor do trabalho, destaca que as descobertas indicam a necessidade de mais pesquisas para investigar se, de fato, há relação entre os psicodélicos e a saúde cardiometabólica.

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