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Estudo enumera maiores dificuldades de bares no controle da Covid-19

Clientes alcoolizados, falta de distanciamento e até fila do banheiro são alguns dos pontos que aumentam a transmissão do vírus

atualizado

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Taiyou Nomachi/GettyImages
brinde com copos de cerveja
1 de 1 brinde com copos de cerveja - Foto: Taiyou Nomachi/GettyImages

Desde o começo da pandemia, um dos setores visto com maior desconfiança quanto à transmissão da Covid-19 é o dos bares. Os estabelecimentos reabriram as portas tentando seguir as medidas de segurança, mas v~em encontrando dificuldades em garantir que o ambiente seja o mais seguro possível para o contágio pelo coronavírus.

Segundo um estudo feito na Escócia pela Universidade de Stirling, o maior dos problemas é o cliente alcoolizado, que esquece as regras de segurança, abraça os colegas, tira foto junto, não usa máscara e não respeita do distanciamento entre as mesas ou na fila do banheiro.

A pesquisa foi publicada na revista científica Journal of Studies on Alcohol and Drugs, e é a primeira no mundo a examinar estabelecimentos durante a pandemia. O objetivo é informar governos e especialistas em saúde pública sobre os riscos de retirar as restrições de segurança.

“Os bares expressaram intenção de trabalhar dentro das medidas, mas há desafios comerciais e práticos em tornar isso realidade. Quando os estabelecimentos reabriram, houve esforços substanciais em mudar o layout dos bares, o que pareceu funcionar em muitos locais. Observamos vários incidentes com muita preocupação, incluindo clientes gritando, se abraçando, ou interagindo de perto com outras pessoas, o que quase nunca é coibido pela gerência. Também há funcionários que não usam equipamento de segurança, ou abaixam a máscara para falar”, explica Niamh Fitzgerald, coordenadora do estudo, ao site da Universidade de Stirling.

As observações foram feitas na Escócia, mas o cenário não é muito diferente no Brasil. A conclusão do estudo é que o risco de transmissão da Covid-19 em bares permanece alto, principalmente quando a clientela consumiu muito álcool.

Empresários e equipes apontaram aos pesquisadores que são necessárias regras mais rígidas e treinamento dos profissionais para coibir comportamentos que permitem a transmissão, mas sem constranger o cliente.

“Nosso estudo sugere que há incerteza sobre como as regras podem ser aplicadas com consistência e efetividade em um setor onde a interação entre as mesas e pessoas é norma, e álcool é consumido. Toque de recolher pode ser necessário para controlar a transmissão do vírus”, conta a professora.

Apesar do perigo, os pesquisadores não consideram que fechar as portas dos estabelecimentos é o caminho a se seguir. Eles lembram que há vários trabalhadores e empresários que dependem do funcionamento dos bares para sobreviver, e os governos devem tentar encontrar um caminho para balancear o risco.

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