Em estudo publicado nesta segunda-feira (13/12), pesquisadores da Universidade de Oxford confirmaram a importância da terceira dose das vacinas contra a variante Ômicron. Segundo o levantamento, duas doses dos imunizantes da Pfizer e AstraZeneca oferecem níveis baixos de anticorpos neutralizantes para lutar contra a nova cepa, mas o reforço aumenta a efetividade das vacinas.
“Esses dados são importantes, mas são apenas uma parte. Eles só examinam os anticorpos neutralizantes após a segunda dose, porém, não nos falam sobre a imunidade celular, e isso também será testado”, explica Matthew Snape, um dos autores da pesquisa. A vacina induz vários tipos de defesas no corpo, e os estudos só conseguem quantificar, até o momento, os anticorpos.
A pesquisa, que ainda não foi revisada pela comunidade científica, mostra que a variante Ômicron pode reinfectar pessoas que já tomaram as duas doses, mas não há dados suficientes para afirmar que imunizados estão protegidos de quadros graves ou morte em decorrência da infecção. Até o momento, apenas um óbito foi registrado pela nova cepa.

O Ministério da Saúde anunciou a redução do intervalo de tempo para aplicação da terceira dose da vacina contra a Covid-19. O reforço agora pode ser tomado quatro meses após a segunda doseRafaela Felicciano/Metrópoles

A decisão, implementada pelas secretarias de Saúde dos estados e municípios, contempla todas as pessoas acima de 18 anos, independentemente de grupo etário ou profissãoAline Massuca/ Metropoles

Alguns estados, no entanto, reduziram ainda mais o intervalo de uma dose da vacina contra a Covid-19 para outra, como é o caso de São Paulo Fábio Vieira/Metrópoles

Quem tomou a vacina da Janssen, inicialmente de dose única, deverá tomar a segunda dose com dois meses de intervalo. Cinco meses depois, o indivíduo poderá tomar o reforçoRafaela Felicciano/Metrópoles

Mulheres que tomaram a Janssen e, no momento atual, estão gestantes ou puérperas deverão utilizar como dose de reforço o imunizante da PfizerGustavo Alcantara / Metropoles

A decisão de ampliar a oferta da dose de reforço foi tomada com base em estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a Universidade de OxfordIgo Estrela/Metrópoles

As pesquisas informaram a necessidade de uma dose de reforço após as primeiras vacinações contra a Covid-19, incluindo para quem tomou a JanssenRafaela Felicciano/Metrópoles

Devido à variante Ômicron, órgãos de Saúde de diversos países alertam sobre importância da aplicação de doses de reforço para conter a propagação do vírus e o surgimento de novas cepasAndriy Onufriyenko/ Getty Images

Agora, o Ministério da Saúde planeja concluir, até maio de 2022, a aplicação da dose de reforço para o público-alvo em todo o paísRafaela Felicciano/Metrópoles
Foram analisadas amostras de sangue de pessoas que tomaram as duas doses da vacina contra o vírus isolado e vivo da variante Ômicron – em todos que receberam a fórmula da AstraZeneca, menos em um participante, os anticorpos neutralizantes caíram para abaixo do limite detectável.
Já entre os que tomaram o imunizante da Pfizer, a queda nos níveis de defesa foi de 29,8 vezes em cinco dos voluntários, a quantidade ficou abaixo do detectável. Não foi avaliada a mudança após o reforço, mas os pesquisadores acreditam que mais uma dose aumente as concentrações de anticorpos.
“Os dados de eficácia do mundo real nos mostraram que as vacinas continuam a proteger contra doenças graves com variantes anteriores. A melhor maneira de nos proteger nesta pandemia é com a vacinação”, diz Teresa Lambe, outra cientista que participou do estudo.