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Covid assintomática? Estudo diz que você pode ser mutante. Entenda

Pesquisa de médicos australianos indica que uma mutação no DNA de algumas pessoas faz com que elas tenham formas assintomática da Covid

atualizado

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Warren Umoh/Unsplash
Ilustração mostra um genoma de DNA em azul e prata
1 de 1 Ilustração mostra um genoma de DNA em azul e prata - Foto: Warren Umoh/Unsplash

Entre 20 e 40% das pessoas infectadas pela Covid-19 ficaram assintomáticas. Mais do que um golpe de sorte, a ciência aponta que esta espécie de imunidade às formas graves da doença pode ser explicada por uma mutação no DNA.

Não estamos falando, porém, de mutações poderosas como as da franquia X-Men. O que os pesquisadores de três universidades australianas demonstraram é a presença de uma variação em uma das proteínas do DNA, o antígeno leucocitário humano (HLA). Quem a possui pode ter defesas aumentadas contra a Covid-19.

O estudo feito com 1,5 mil pessoas foi publicado nesta quarta-feira (19/7) na revista Nature. Os participantes foram escolhidos para ter seu DNA analisado porque não tinham se vacinado contra o coronavírus.

Entendendo a mutação assintomática

As pessoas tinham uma mutação chamada HLA-B*15:01, uma pequena variação nos antígenos responsáveis por “treinar” as defesas do corpo. A maioria dos indivíduos com essa alteração teve coronavírus de forma assintomática. Segundo o estudo, a mutação está em cerca de 10% dos humanos de ancestralidade europeia predominante.

“Tínhamos a hipótese de que o sistema imunológico destas pessoas poderia reagir com tanta rapidez e força que o vírus foi eliminado antes de causar qualquer sintoma. É como ter um exército treinado a reconhecer o uniforme dos inimigos desde o início”, explica uma dos professoras responsáveis pelo estudo, Jill Hollenbach, em comunicado à imprensa.

Os cientistas acreditam que as pessoas com essa diferença no DNA formaram células com capacidade de identificar melhor o vírus e conseguiram combatê-lo logo no início, mesmo se tratando de uma doença nova.

“Supomos que esses indivíduos foram expostos a coronavírus sazonais no passado e, de alguma forma, poderiam matar rapidamente as células infectadas. Portanto, mesmo que os bandidos mudassem o uniforme, o exército ainda seria capaz de identificá-los por suas botas. É assim que nossa memória imunológica trabalha para nos manter saudáveis”, afirma um dos responsáveis pelo estudo, o professor Danillo Augusto.

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Os pesquisadores fizeram rodadas de teste com dois grupos de não-vacinados, mesclando pessoas que tiveram e não tiveram sintomas. Eles descobriram, na primeira rodada, que 25% dos participantes que tinham sido assintomáticos carregavam a mutação. Na segunda rodada, foram 17%.

Algumas pessoas, porém, tinham a mutação e ainda assim tiveram sintomas da doença. Entre os que tiveram sintomas, os que tinham a mutação foram 8,6% e 7% da amostra, respectivamente, em cada uma das rodadas de teste.

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