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Assintomática, paciente com vírus ativo há 5 meses pode transmitir Covid-19

Estudo da UFRJ identifica infecção mais duradoura documentada até o momento e acende alerta sobre risco de transmissão de pessoas “curadas”

atualizado

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Guido Mieth/GettyImages
Fotografia colorida. Mulher usa pano para assoar nariz
1 de 1 Fotografia colorida. Mulher usa pano para assoar nariz - Foto: Guido Mieth/GettyImages

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) identificaram uma paciente da Covid-19 que carregou o novo coronavírus ativo no organismo por 152 dias – com potencial de transmissão –, superando a média de 14 dias. Este é o caso de infecção mais duradouro documentado até o momento.

Segundo o estudo, obtido e divulgado pelo jornal O Globo, a mulher identificada como Paciente Nº 3, a profissional de saúde apresentou os primeiros sintomas em março e o quadro evoluiu sem gravidade por três semanas. Apesar da ausência de sintomas nos meses seguintes, novos testes do tipo RT-PCR, considerado padrão-ouro, mostraram que o vírus permaneceu ativo.

Os professores do Instituto de Microbiologia, do Instituto de Biologia e da Faculdade de Medicina da UFRJ estudam a segurança de pacientes considerados curadas da doença retornarem aos postos de trabalho. De acordo com eles, 40% das pessoas que participaram do estudo continuaram a ser positivas duas semanas após os primeiros sintomas.

Ao isolar o vírus, os pesquisadores viram que, em aproximadamente 15% dos casos, ele permanecia ativo e continuava a se replicar em culturas de células depois de duas semanas, o que indica o potencial de transmissão.

A Paciente Nº 3 foi uma das 50 pessoas selecionadas no estudo que voltaram ao local para refazer os testes mais de duas vezes. O sequenciamento genético do patógeno comprovou que se tratava da mesma infecção, descartando a hipótese de reinfecção.

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