Covid-19: tudo sobre a vacina que começa a ser testada no Brasil neste mês
Dois mil voluntários vão participar do teste de imunização da Universidade de Oxford, considerado um dos mais promissores do mundo
atualizado
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Uma boa notícia anunciada na quarta-feira (03/06) movimentou a expectativa dos brasileiros. A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, começará a ser testada no Brasil ainda neste mês. O método de imunização é considerado como um dos mais promissores do mundo e está em uma etapa avançada de desenvolvimento. O que significa para o país participar dos testes dessa vacina? A população terá acesso ao medicamento no futuro? Quem pode se candidatar como voluntário?
Os testes no Brasil começarão com 2 mil voluntários de São Paulo e do Rio de Janeiro, metade de cada estado. Eles serão selecionados entre as pessoas que estão mais expostas ao coronavírus: profissionais de saúde, de limpeza de hospitais e motoristas de ambulâncias, por exemplo. O medicamento está na etapa que atesta sua eficácia – quando se pretende avaliar se as pessoas que receberam a imunização e, em seguida, tiveram contato com o vírus, de fato, conseguiram deter a infecção.
Essa é a chamada fase 3 dos estudos. Antes disso, a vacina de Oxford passou por experimentos em laboratório, por testes em animais e, posteriormente, foi aplicada em voluntários humanos. Quando os pesquisadores tiveram certeza sobre a segurança do medicamento – de que ele não colocava em risco a saúde das pessoas, os testes evoluíram para a etapa seguinte, com grupos maiores. Até o fim de abril, a imunização já havia sido aplicada em pelo menos 1,1 mil voluntários.
Por que o Brasil?
O Brasil foi escolhido para participar do desenvolvimento da vacina por dois motivos: um bom e outro, ruim. O bom – com os testes sendo realizados aqui, a aprovação da vacina pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) será mais rápida, ou seja, o país está incluído na estratégia internacional de comercialização do medicamento. O ruim – o Brasil tem sido apontado como novo epicentro da Covid-19 no mundo, por essa razão infeliz tornou-se um ótimo lugar para ensaios clínicos sobre medicamentos contra a doença.
Em São Paulo, a etapa brasileira será conduzida pelo Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). No Rio, os trabalhos serão conduzidos pela Rede D’Or São Luiz.