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Coronavírus: prefeito de Wuhan admite ter escondido informações

De acordo com ele, pelo menos 5 milhões de pessoas deixaram a cidade antes das medidas de isolamento

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1 de 1 coronavírus - Foto: GettyImages

O prefeito de Wuhan, Zhou Xianwang, admitiu ter escondido informações sobre o surto de coronavírus chinês e se ofereceu para renunciar, em entrevista à emissora de televisão estatal chinesa.

“Nossos nomes viverão na infâmia, mas enquanto for propício ao controle da doença e à vida e segurança das pessoas, o camarada Ma Guoqiang e eu assumiremos qualquer responsabilidade”, disse Zhou, de acordo com reportagem publicada no The New York Times.

Ma Guoqiang, o secretário do Partido Comunista da China em Wuhan, também ofereceu o cargo.

Êxodo
O prefeito afirmou, ainda, que pelo menos 5 milhões de pessoas deixaram a cidade, que é o epicentro do surto, antes do isolamento, e que isso pode ter contribuído para a disseminação do vírus pelo país.

Até esta segunda, 81 pessoas morreram e 2.744 foram infectadas.​

Outras autoridades chinesas elevaram o tom de preocupação em relação à velocidade com a qual o vírus está se espalhando. Ma Xiaowei, diretor da Comissão Nacional de Saúde da China, afirmou em entrevista: “A epidemia está agora entrando em um período mais sério e complexo. Parece que ela continuará por algum tempo, e o número de casos pode crescer”.

O período de incubação da doença é de 1 a 14 dias e, de acordo Xiaowei, é possível que a doença esteja se espalhando rapidamente por conta da quantidade de pessoas que carregam o vírus mas não apresentam sintomas.

Durante o fim de semana, o número de casos confirmados saltou 50%, e as autoridades anunciaram a construção de um segundo hospital de emergência com 1.300 leitos. O primeiro hospital anunciado terá capacidade para mil leitos e deve abrir as portas no dia 3 de fevereiro.

Medidas
Para impedir que o vírus se espalhasse, o governo cancelou eventos do Ano-Novo chinês e isolou pelo menos 13 cidades, totalizando 40 milhões de habitantes.

Em Wuhan, por exemplo, o sistema de transporte público foi totalmente paralisado, e o uso de máscaras de proteção passou a ser obrigatório e passível de responsabilização legal em caso de descumprimento.

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