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Coronavírus faz casos de depressão dobrarem no Brasil, diz pesquisa

Estudo da Universidade do Estado do Rio (Uerj) entrevistou 1.460 pessoas de todo o país sobre sentimentos relacionados à pandemia mundial

A pandemia do novo coronavírus tem deixado os brasileiros mais estressados, ansiosos e depressivos, como revelou uma pesquisa feita pela Universidade do Estado do Rio (Uerj), publicada na terça-feira (05/05), no portal científico The Lancet. Os resultados mostram que os casos de estresse agudo subiram de 6,9% para 9,7%; os de depressão, de 4,2% para 8% e os de crise aguda de ansiedade, de 8,7% para 14,9%.

Os dados foram coletados a partir de um questionário on-line com cerca de de 200 perguntas respondido por 1.460 pessoas de todo o país. Foi possível captar o agravamento da saúde mental porque as informações foram coletados em dois momentos: de 20 a 25 de março e, depois, entre 15 a 20 de abril.

As pessoas que relataram estar mais afetadas são as que precisam sair de casa para trabalhar, como os entregadores, motoristas e cobradores de transporte público, atendentes de supermercado e profissionais da saúde. Eles se sentem mais vulneráveis por causa da exposição ao vírus.

Na comparação por gênero, as mulheres apresentaram mais estresse e ansiedade na quarentena pois acumulam funções do trabalho home office com as demandas de casa. De acordo com os pesquisadores, outros fatores de risco para o quadro são alimentação desregrada, doenças preexistentes, ausência de acompanhamento psicológico e sedentarismo.

Já para depressão, fatores como idade avançada, ausência de crianças em casa e baixo nível de escolaridade estão mais relacionados.

O estudo foi coordenado pelo professor Alberto Filgueiras, do Instituto de Psicologia da Uerj, por meio do Laboratório de Neuropsicologia Cognitiva e Esportiva (LaNCE), em parceria com o doutor Matthew Stults-Kolehmainen, do Yale New Haven Hospital, nos Estados Unidos.

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