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Coronavírus: estudo sobre anticorpos começa com problemas até com a polícia

Pesquisadores contratados pelo Ministério da Saúde para realizar testes na população passaram por incidentes em pelo menos 75 cidades

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Testagem em massa para coronavírus no DF
1 de 1 Testagem em massa para coronavírus no DF - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Os entrevistadores da pesquisa nacional que vai avaliar a presença de anticorpos contra o novo coronavírus na população brasileira e a incidência do vírus no território nacional estão sendo hostilizados durante as primeiras saídas a campo.

Pelo menos em 75 cidades brasileiras, houve problemas durante as visitas domiciliares que, nos casos mais graves, envolveram a apreensão de materiais necessários ao trabalho e até a detenção em delegacias de polícia.

“Houve situações de truculência em algumas cidades, o que é um absurdo pois os profissionais estão desempenhando um trabalho fundamental para a saúde da população”, afirma o reitor da Universidade de Pelotas, Pedro Hallal, que coordena a pesquisa.

O objetivo do levantamento é, por meio de testes rápidos, conseguir avaliar a presença de anticorpos na população e a real incidência do novo coronavírus no país. Os dados divulgados diariamente pelo Ministério da Saúde são subnotificados, não incluem, por exemplo, pessoas assintomáticas que podem ter tido contato com o vírus e não chegaram a desenvolver a infecção.

Financiado pelo Ministério da Saúde, sob a coordenação da Universidade Federal de Pelotas, e executada pelo Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), a pesquisa pretende testar quase 100 mil brasileiros em 133 cidades. O coordenador da pesquisa acredita que o problema aconteceu por uma falha de comunicação entre o Ministério da Saúde e os gestores estaduais e municipais: “Isso é até compreensível, o que não é admissível é as pessoas serem tratadas com truculência”, afirma.

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