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Xô, estresse: médico explica como emoções afetam a saúde do coração

Especialista aponta que o modo com que lidamos com as emoções pode impactar a saúde cardíaca e levar até a graves quadros de saúde

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Criança desenhando rosto sorrindo em muro amarelo
1 de 1 Criança desenhando rosto sorrindo em muro amarelo - Foto: Getty Images

O coração é uma peça central da nossa vida, tanto do ponto de vista biológico como emocional. Doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC), podem estar vinculadas a estados emocionais extremos e a distúrbios psiquiátricos.

Um estudo publicado recentemente apontou que a raiva pode impactar a saúde dos vasos sanguíneos, tornando-os mais apertados e facilitando o surgimento das doenças cardíacas.

O estresse é considerado um fator secundário importante para o aparecimento de condições crônicas cardíacas como a aterosclerose e a pressão alta, ao lado do uso de cigarro e do sedentarismo. Outros estudos já indicaram que a depressão e a ansiedade podem impactar fortemente a saúde cardíaca, aumentando as chances de ter as enfermidades.

Segundo o cardiologista, Nasser Sarkis, que agora atende no Hospital Brasília, a ciência tem consolidado dados recentemente que mostram a relação entre a saúde mental e o coração.

“Temos observado que a hostilidade no dia a dia, a angústia e a depressão aumentam muito o risco de doenças cardíacas, em alguns casos, até duas vezes mais. Quando alguém já teve infarto e tem depressão, por exemplo, sabemos que a chance de voltar a ter um infarto é quatro vezes maior”, indica Sarkis, que também é e vice-presidente da Academia de Medicina de Brasília.

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O impacto físico das emoções no coração

A correlação ocorre a partir dos chamados processos psicossomáticos, em que a saúde mental leva a manifestações de sintomas físicos. O estresse e a depressão causam mudanças dos fluxos de hormônios, da velocidade de bombeamento cardíaco e até da espessura dos vasos sanguíneos.

Além disso, as emoções desalinhadas podem levar a um quadro de resposta inflamatória sistêmica e permanente. “Essa inflamação acomete o corpo de forma geral, mas em um baixo grau. Ainda assim, ela é capaz de afetar os vasos sanguíneos do corpo, predominantemente no coração e cérebro, o que facilita eventuais rompimentos deles”, aponta o cardiologista.

Mesmo episódios curtos de emoções muito intensas podem levar a casos graves de doenças cardíacas, como a Takotisubo, a síndrome do coração partido, em que o estresse após episódios traumáticos motiva um aumento do coração e um endurecimento de seus músculos. Em geral, porém, os danos costumam aparecer ao longo do tempo, em consequência da exposição a longo prazo às emoções desalinhadas.

“O mais danoso é que o desequilíbrio se torne frequente. A exposição é um fator fundamental para o desencadeamento e aumento na prevalência de infartos e acidentes vasculares cerebrais”, resume o médico.

O cardiologista, porém, ressalta que neste cenário de relações prejudiciais entre saúde mental e física, há um benefício: o tratamento para uma delas acaba afetando a outra.

Ele destaca que alguns dos melhores hábitos de vida que protegem a saúde cardíaca são também peças-chave no tratamento de condições de saúde mental e bem-estar. “Dar preferência a uma dieta com alimentos naturais e minimamente processados, não fumar e praticar regularmente exercícios físicos ajudam nos dois cenários, protegendo o coração e também ajudando as pessoas a lidar com as emoções e a controlar estados de depressão e de ansiedade”, orienta o médico.

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