A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pediu, na noite de quarta (7/4), que a AstraZeneca, responsável pela vacina de Oxford, inclua, na bula do medicamento, a possibilidade do surgimento de coágulos. Segundo o órgão, os casos são muito raros, e a recomendação é que o imunizante continue sendo aplicado.
No Brasil, foram administradas mais de 4 milhões de doses da vacina que está sendo envasada pela Fiocruz. A Anvisa afirma que foram registrados 47 casos suspeitos de eventos tromboembólicos no país, mas não é possível estabelecer uma relação direta de causalidade entre o problema e o imunizante.
“A solicitação para alteração na bula da vacina de Oxford/Astrazeneca/Fiocruz é resultado de um monitoramento contínuo de produtos, realizado pela Anvisa. O acompanhamento é feito pela Gerência de Farmacovigilância (GFARM), da Gerência-Geral de Monitoramento de Produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária (GGMON), para que a população e os profissionais de saúde detenham o maior conjunto de informações sobre os riscos associados ao uso de medicamentos e vacinas no país”, diz, em nota, a agência.
A Anvisa reafirma que a ocorrência de coágulos é muito rara. O órgão regulador ressalta ainda que a população deve estar atenta para os sintomas, tais como falta de ar, dor no peito, inchaço na perna e dor abdominal persistente, além de sintomas neurológicos, como visão turva e dor de cabeça forte e persistente. Caso algum desses sinais seja identificado, a orientação é procurar atendimento médico de urgência.
Entenda o caso:

Em meados de março, alguns países europeus decidiram pausar a vacinação com o imunizante de Oxford/AstraZenecaDanny Lawson/PA Images/GettyImages

A ação foi tomada por causa de casos e óbitos por coágulos sanguíneos em pacientes que tomaram a vacina BSIP/Universal Images Group via Getty Images

Principal aposta da OMS, a vacina de Oxford/AstraZeneca é a mais distribuída no mundo – graças à iniciativa Covax Facility, que tem o objetivo de garantir imunizantes para todos os países Jaap Arriens/NurPhoto via Getty Images

No Brasil, a Fiocruz é responsável pela fabricação e distribuição do imunizante Divulgação/Fiocruz

A agência regulatória da Europa (EMA) revisou os casos e confirmou a relação entre a vacina e a formação de coágulos Joaquin Gomez Sastre/NurPhoto via Getty Images

A OMS, porém, diz que a ligação é "plausível, mas não confirmada". A entidade pede mais estudos, antes de manifestar um posicionamentoGareth Fuller - WPA Pool / Getty Images

Arthur Menescal/Metrópoles

Vacinação de pessoas com 64 e 65 anos começa nesta sexta (16/4)Gustavo Moreno/Especial para o Metrópoles