4ª onda: testei positivo para Covid, até quando preciso ficar isolado?
O Brasil voltou a apresentar alta de casos. Entenda quanto tempo é recomendado ficar em isolamento após testar positivo para o coronavírus
atualizado

O número de casos de Covid-19 está aumentando a cada dia que passa, e muitos especialistas temem que o Brasil esteja entrando em uma quarta onda da doença. Com grande parte da população imunizada e a predominância de sintomas leves, surge a dúvida: quanto tempo é preciso ficar em isolamento após testar positivo para a Covid-19?
Em dezembro de 2021, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) alterou o tempo de isolamento para cinco dias em casos assintomáticos. A mudança foi motivada pela demonstração científica de que a maior parte da transmissão do coronavírus ocorre no início do curso da doença, geralmente um ou dois dias antes do início dos sintomas e dois a três dias depois.
No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda sete dias de isolamento a partir do início dos sintomas ou da data do teste positivo, no caso de indivíduos assintomáticos.
A medida do governo brasileiro é considerada a mais segura, e está sendo adotada na maior parte dos países, segundo o infectologista Julival Ribeiro.
“É importante observar se após as primeiras 48 horas da manifestação de sintomas o paciente apresenta febre. Se ele estiver assintomático, o período de isolamento pode ser flexibilizado”, explica.
O infectologista Estêvão Urbano, da Sociedade Brasileira de Infectologista (SBI), alerta que, apesar de ser um cenário menos comum, o vírus ainda pode ser transmitido no sexto e sétimo dia de sintomas.
Cuidados
O mais importante para quem testa positivo para a Covid-19 é avisar todas as pessoas com quem se teve contato presencial nos últimos dias. Além disso, Ribeiro recomenda a permanência em casa, evitando o contato próximo com outros moradores, sobretudo se eles forem do grupo de risco, ou seja, idosos e portadores de doenças crônicas.
“Se possível, o ideal é usar quarto e banheiro separados dos demais. E tem que usar máscara, porque a gente sabe que a principal via de transmissão é a respiratória”, orienta.
Urbano afirma que se a pessoa está bem, sem sintomas, pode sair de casa a partir do oitavo dia de isolamento. Mas, se continuar se sentindo indisposta, o ideal é esperar pelo menos 10 dias.
Testagem e vacinação
Após a descoberta da presença do vírus no organismo, Ribeiro não recomenda fazer teste novamente. “A gente sabe que algumas pessoas com o sistema imunológico deprimido podem até ficar com esse vírus por mais alguns dias. Mas, a maior parte da população, não. Portanto, não se recomenda fazer teste para ver se está curado da Covid-19 ou não”, explica.

Uma das estratégias de enfrentamento da pandemia de Covid-19 é a vigilância epidemiológica, com o registro e a observação sistemática de casos suspeitos ou confirmados da doença, a partir da realização de testes Getty Images

Segundo especialistas, para se ter um controle da doença e conter a disseminação do vírus, é importante testar, cada vez mais, a população Aline Massuca/Metrópoles

Secretaria de Saúde diz que não faltam testes de Covid-19 no DF Breno Esaki/Agência Saúde-DF

RT PCR: considerado “padrão-ouro” pela alta sensibilidade, o teste é usado para o diagnóstico da Covid-19. Ele detecta a carga viral até o 12º dia de sintomas do paciente, quando o vírus ainda está ativo no organismo. O resultado é entregue em, aproximadamente, três dias Vinícius Schmidt/Metrópoles

O teste utiliza a biologia molecular para detectar o vírus Sars-CoV-2 na secreção respiratória, por meio de uma amostra obtida por swab (cotonete) Rafaela Felicciano/Metrópoles

Teste salivar por RT-PCR: utiliza a mesma metodologia do RT-PCR de swab e conta com precisão de mais de 90% para o diagnóstico da doença ativa. O procedimento deve ser feito nos sete primeiros dias da doença em pacientes com sintomas Divulgação

PCR Lamp ou Teste de antígeno: comumente encontrado em farmácias, o exame avalia a presença do vírus ativo coletando a secreção do nariz por meio de swab. O resultado leva apenas 30 minutos para ficar pronto, por isso, ele é indicado para situações em que o diagnóstico precisa ser rápido Getty Images

De acordo com a empresa que fornece o exame, ele possui 80% de confiança. O método empregado no teste é usado também para outras doenças infecciosas, como a H1N1 RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

Teste de sorologia: revela se o paciente teve contato com o coronavírus no passado. Ele detecta a presença de anticorpos IgM, IGg ou IgA separadamente, criados pelo organismo das pessoas infectadas para combater o Sars-CoV-2, a partir de um exame de coleta de sangue Shutterstock / SoonThorn Wongsaita

O exame deve ser realizado a partir do 10º dia de sintomas. A precisão do resultado é menor do que nos testes do tipo RT-PCR. Além disso, falsos negativos podem aparecer com mais frequência National Cancer Institute/Divulgação

Teste rápido: o método é semelhante aos testes de controle de diabetes, com um furo no dedo. A amostra de sangue é colocada em um reagente que apresenta o resultado rapidamente Rafaela Felicciano/Metrópoles

O teste imunológico rápido detecta a presença de anticorpos e o resultado positivo sinaliza que o paciente já sofreu a infecção pelo novo coronavírus. A confiabilidade do resultado varia muito, já que o método apresenta alta taxa de falso negativo Vinícius Schmidt/Metrópoles

Teste de anticorpos totais: detecta a produção do IgM e IgG no organismo, a partir de um único exame de coleta de sangue, e não faz a distinção dos valores presentes de cada anticorpo. A precisão do resultado chega a 95% iStock

Teste de anticorpo neutralizante: o procedimento é indicado para a avaliação imunológica. O exame detecta os anticorpos e vê a proporção que bloqueia a ligação do vírus com o receptor da células Divulgação
O CDC diz que é opcional fazer um teste de antígeno no quinto dia após a manifestação dos sintomas. Se o resultado der positivo, a recomendação do órgão americano é que o isolamento deve se estender por mais cinco dias.
Diante do risco de circulação das novas subvariantes da Ômicron (BA.4 e BA.5), o infectologista Ribeiro acredita que o governo, a nível estadual e municipal, deveria estar promovendo campanhas para que as pessoas completem o ciclo vacinal, já que só assim a proteção é garantida.
“A vacina é a melhor arma para evitar infecções graves e hospitalizações. Portanto, mesmo que a pessoa tenha o seu ciclo completo da vacina, ela pode pegar Covid-19. O grande mérito é que ela vai ter um caso leve ou mesmo ficar assintomática”, conclui o infectologista.
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