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Vídeo: Bete Coelho dá vida à libertária Molly Bloom, de James Joyce

Em entrevista, a atriz fala sobre a preparação para montagem complexa do texto de Joyce e como a personagem ainda é exemplo de liberdade

atualizado

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Matheus Jose Maria
imagem colorida - Molly Bloom
1 de 1 imagem colorida - Molly Bloom - Foto: Matheus Jose Maria

Molly Bloom é uma mulher livre. Muito livre — e casada. Isso não a impede, contudo, de se apaixonar e se relacionar com outros homens, sem deixar de amar seu marido, Leopold Bloom. O senhor Bloom, aliás, também tem seus casos extraconjugais.

O casal Bloom, entretanto, não usufrui oficialmente da tendência do relacionamento aberto dos dias de hoje. Eles são personagens do livro “Ulysses”, de James Joyce, lançado em 1922, ou seja, há mais de 100 anos. A liberdade com a qual Molly encara a vida e seu casamento também chamou a atenção da atriz Bete Coelho, que interpreta a personagem no espetáculo “Molly Bloom”, em cartaz no Teatro Unimed, em São Paulo. Em entrevista ao Metrópoles, a atriz comenta:

“É impressionante a visão dele em relação à mulher. A gente esquece que foi o James Joyce quem escreveu a Molly Bloom. Ela é tão viva e tão autêntica em relação aos temas femininos que temos a impressão de que foi a própria Molly Bloom quem escreveu.”

O trecho do livro escolhido para a peça é a parte final. O texto, praticamente sem pontuação — praticamente, porque há somente um ponto final —, traz um fluxo de pensamento de Molly deitada na cama ao lado do marido.

Joyce, em sua obra-prima de mais de mil páginas, faz uma analogia ao Ulysses, de “A Odisseia”, de Homero. Sem sair de Dublin, Leopold Bloom “viaja” por 18 horas pelas ruas da capital irlandesa até chegar em casa e encontrar sua mulher deitada na cama.

Toda a ação dramática de Bete se concentra no leito do casal. Poucas vezes, ela encara o público. A fim de aguçar a curiosidade da plateia e aproximá-la da intimidade dos Bloom, os diretores Daniela Thomas e Gabriel Fernandes se valem de recursos audiovisuais, projetando no palco cenas captadas ao vivo de diversos pontos do cenário.

As câmeras são operadas remotamente por Fernandes, de modo que as pessoas ficam sem saber como aquelas cenas tão próximas dos atores estão sendo captadas. Fernandes explica o motivo:

“A ideia de fazer sem os operadores de câmera era para trazer exatamente a solidão e a intimidade deles no quarto, despertando um certo voyeurismo.”

A iluminação rebaixada, a cenografia e as projeções dão o clima íntimo necessário para que o público se aproxime de Molly e se torne seu cúmplice. Ainda que tenha humor, o texto confessional apresenta não só as aventuras amorosas da personagem, mas também seus dramas — os problemas com a filha e a perda de um dos filhos.

Confira trechos da entrevista.

Teatro Unimed: Ed. Santos Augusta, alameda Santos, 2159 — Jardins. R $50. Sex./sáb.: 20h; dom.: 18h. Site: teatrounimed.com.br. A partir de R$ 50. Até 26 de março.

Qui.(2/3): haverá uma sessão especial com o tradutor de Ulysses, de James Joyce, Caetano Galindo. A atriz Bete Coelho encenará alguns trechos da peça que Galindo irá comentar. 

Sex. (10/3): após o espetáculo, haverá uma conversa com o psicanalista Jorge Forbes. 

 

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