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Registro mostra que pais sabiam que autor do atentado desejava chacina

Ata da reunião feita na antiga escola do aluno que matou professora em atentado mostra que os pais foram informados sobre desejo por chacina

atualizado

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Adolescente que fez o ataque a faca na escola, sai da delegacia com a cabeça coberta - Metrópoles
1 de 1 Adolescente que fez o ataque a faca na escola, sai da delegacia com a cabeça coberta - Metrópoles - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – Documento em posse da Polícia Civil, obtido com exclusividade pelo Metrópoles, mostra que os pais do estudante de 13 anos que matou a facadas a professora Elisabeth Tenreiro, 71, sabiam que o filho tinha “interesse em realizar uma chacina”, um mês antes do atentado.

O crime ocorreu na manhã da última segunda-feira (27/3), na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo. Outras três professoras e um aluno ficaram feridos. O autor do ataque foi apreendido pela Polícia Militar e internado provisoriamente por decisão da Justiça.

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Ataque a faca em escola
Professora imobiliza aluno após ataque a faca em escola de SP
Aluno é apreendido pela PM
Professora Rita mostra ferimentos
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Elisabeth Tenreiro, 71 anos, professora assassinada em escola de SP

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Ataque a faca em escola

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Professora imobiliza aluno após ataque a faca em escola de SP

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Aluno é apreendido pela PM

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Professora Rita mostra ferimentos

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Ataque ocorreu na escola Escola Estadual Thomazia Montoro

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Pais chegam desesperados em escola onde adolescente de 13 anos entrou nesta manhã e esfaqueou quatro pessoas

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Polícia Militar na escola onde ocorreu o ataque

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Maria do Livramento, mãe de aluno

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Estudantes fizeram vigília nesta terça-feira (28/3), em frente à Escola Estadual Thomazia Montoro

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A ata de reunião escolar do dia 23 de fevereiro obtida pelo Metrópoles mostra que o pai do adolescente e a mãe compareceram à Escola Estadual José Roberto Pacheco, onde o filho estudava na época, a pedido da diretoria do colégio.

De acordo com depoimentos de funcionários da escola à polícia, a reunião foi convocada em razão do “comportamento suspeito” do garoto. Como o Metrópoles revelou, no dia 7 de fevereiro, o estudante ameaçou de morte um colega de classe via WhatsApp e tentou extorqui-lo. Uma semana depois, a mãe da vítima teve acesso às mensagens e comunicou à escola sobre as conversas, em 14 de fevereiro.

Funcionários do local ainda relataram à polícia que o menor teria enviado outras mensagens suspeitas a uma colega no dia 21 de fevereiro, durante o feriado de Carnaval, perguntando se a estudante conseguiria arrumar isqueiro e gasolina, sem dar detalhes do que pretendia fazer com os objetos.

“Interesse em realizar uma chacina”

Na reunião do dia 23, os pais do adolescente foram informados, em detalhes, pela diretoria da escola sobre todas as ameaças feitas pelo garoto a colegas. Ao final, eles assinaram um termo confirmando que estavam cientes do comportamento do filho.

De acordo com a ata da reunião enviada à polícia, a diretora da escola, Kelly Salerno, disse a eles que o adolescente havia compartilhado com outros alunos fotos que faziam apologia a atentados em escolas e imagens em que segurava armas de fogo.

“A gestora [da escola] explicou sobre os últimos eventos: no primeiro deles, [o menor, cujo nome é preservado] manifestou interesse em realizar uma chacina e compartilhou fotos que enaltecem essa ação. O pai disse que tem uma arma em casa, que [o menor] tem uma Airsoft [simulacro de arma usado em jogos] e que todas as fotos mostradas foram tiradas na casa da avó”, diz a ata enviada à polícia.

Segundo depoimentos de funcionários da escola, o pai do garoto teria reagido com indiferença e dito que esse comportamento do filho era “normal”. Durante a reunião, o casal relatou um episódio no qual o adolescente teria sido espancado quando tinha 11 anos, no antigo colégio em que estudava. Segundo eles, desde então, o filho nunca mais foi o mesmo.

Em depoimento à polícia, o aluno disse que planejava o ataque havia dois anos, inspirado no Massacre de Suzano, ocorrido em uma escola estadual em 2019. O adolescente falou que sofreu bullying nas escolas onde estudou e que já tinha pensado em matar o próprio pai porque apanhava dele.

Depois de os pais assinarem o documento confirmando que tinham ciência do comportamento do filho, o colégio teria solicitado que eles levassem o garoto para um exame no Centro de Atenção Psicossocial Infantil (Capsi), de Taboão da Serra, e apresentassem um atestado de que ele tinha condições psiquiátricas de continuar na escola.

Três dias depois, segundo depoimentos feitos à polícia, os pais teriam apresentado apenas um laudo preliminar de uma triagem feita pelo Capsi, pedindo que o filho retomasse os estudos. Diante da negativa do colégio, Ricardo teria ficado irritado e pedido que o adolescente fosse transferido para um outra escola.

Em 28 de fevereiro, conforme revelado pelo Metrópoles, a escola registrou um boletim de ocorrência detalhando as ameaças e o “comportamento suspeito” do menor. No mesmo dia, a diretoria do colégio enviou o B.O. ao Conselho Tutelar, ao Capsi, à Promotoria de Taboão da Serra e à Secretaria da Educação, por meio de um sistema interno.

Em 1º de março, a pedido dos pais, foi realizada a transferência do adolescente para a Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, onde ele já havia estudado e promoveu o ataque à faca na manhã da última segunda-feira (27/3). A polícia investiga a possível participação de outros dois alunos no atentado.

A reportagem tentou por diversas vezes falar por telefone com os pais e a advogada do adolescente que cometeu o crime, mas não conseguiu contato. O espaço segue aberto para manifestação.

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