Justiça de SP acata nova denúncia contra aluno que atacou escola

Nova representação do MP é referente a ameaças feitas, em outra escola, pelo autor do ataque que matou professora no início desta semana

atualizado 31/03/2023 18:06

Adolescente que fez o ataque a faca na escola, sai da delegacia com a cabeça coberta - Metrópoles Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – A Justiça de São Paulo acatou nova denúncia contra o adolescente de 13 anos que matou a facadas a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo.

O pedido de internação provisória, feito nessa quinta (30/3) pela Promotoria de Justiça de Taboão da Serra, é referente a atos infracionais anteriores ao atentado, que teriam sido cometidos em fevereiro, enquanto ele estudava na Escola Estadual José Roberto Pacheco, no município da Região Metropolitana de SP.

“Foi determinada a internação provisória do adolescente pelo prazo máximo de 45 dias e marcada audiência de apresentação para o dia 5/4, para que ele seja ouvido na presença de seus representantes legais. O caso corre sob segredo de justiça por determinação do Estatuto da Criança e do Adolescente, por isso não é possível fornecer mais informações”, informou o Tribunal de Justiça de SP (TJSP), em nota.

Como o Metrópoles revelou com exclusividade, em 7 de fevereiro, o adolescente fez ameaças de morte a um colega por mensagens de WhatsApp. As conversas foram denunciadas pela mãe do colega à diretoria da escola, que registrou um boletim de ocorrência em 28 de fevereiro, denunciando o “comportamento suspeito”.

Após o episódio das ameaças, o colégio convocou os pais do infrator e propôs que ele ficasse afastado temporariamente, realizando atividades domiciliares. Eles não concordaram e pediram que o filho fosse transferido de unidade. Em 6 de março, o adolescente começou a frequentar a Escola Estadual Thomazia Montoro.

Relembre o ataque à escola da Vila Sônia:

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A promotoria não informou por que só apresentou o pedido de internação compulsória mais de um mês depois do boletim de ocorrência ter sido registrado. No documento, a escola afirma que o adolescente de 13 anos vinha “apresentando um comportamento suspeito nas redes sociais, postando vídeos comprometedores como, por exemplo, portando arma de fogo, simulando ataques violentos”.

O adolescente, segundo a antiga escola, teria enviado mensagens com fotos de armas a colegas via WhatsApp.

“O aluno encaminhou mensagens e fotos de armas aos demais alunos por WhatsApp. Alguns pais estão se sentindo acuados e amedrontados com tais mensagens e fotos”, diz o boletim de ocorrência.

Primeira denúncia

Na primeira denúncia, apresentada na terça (28) e aceita pela Justiça no mesmo dia, o aluno agressor responde por ato infracional análogo a homicídio consumado e tentado, agressão e injúria racial.

O ataque à escola ocorreu na segunda-feira (27). Além da professora assassinada, quatro pessoas ficaram feridas.

Neste caso, relativo ao ataque em Vila Sônia, o pedido de internação provisória foi feito pela promotora da Infância e Juventude Paula Leite Rocha Del Campo.

Ele está internado provisoriamente por 45 dias, na Fundação Casa, onde fará também avaliações psiquiátricas.

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