Autor de atentado em escola afirmou ter pensado em matar o pai
Estudante de 13 anos foi apreendido após matar a facadas professora de 71 anos e ferir outras quatro pessoas em atentado em escola de SP
atualizado

São Paulo – O aluno de 13 anos apreendido nesta segunda-feira (27/3) após matar uma professora esfaqueada e ferir outras quatro pessoas, em um atentado em uma escola estadual na zona oeste da capital paulista, afirmou à polícia já ter pensando em matar o próprio pai.
No depoimento, ao qual o Metrópoles teve acesso, o estudante disse que, quando tinha 11 anos de idade , chegou a guardar uma faca para matar o pai, “mas não teve coragem”.
Após guardar a faca e a roupa usadas no crime, na noite de domingo (26/3), o estudante afirmou ter escrito uma carta para a mãe, a tia e a avó, desculpando-se pelo que iria fazer na escola na manhã desta segunda-feira. “Disse que não citou seu pai porque não gosta muito dele”, diz trecho do depoimento.

Ataque ocorreu na escola Escola Estadual Thomazia Montoro Fábio Vieira/Metrópoles

Pais chegam desesperados em escola onde adolescente de 13 anos entrou nesta manhã e esfaqueou quatro pessoas Fábio Vieira/Metrópoles

Fábio Vieira/Metrópoles

Fábio Vieira/Metrópoles

Polícia Militar na escola onde ocorreu o ataque Fábio Vieira/Metrópoles

Fábio Vieira/Metrópoles

Fábio Vieira/Metrópoles

Testemunhas contam o terror que viveram Fábio Vieira/Metrópoles

Fábio Vieira/Metrópoles

Maria do Livramento, mãe de aluno Fábio Vieira/Metrópoles

Fábio Vieira/Metrópoles

Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública, durante entrevista para a imprensa Fábio Vieira/Metrópoles

Fábio Vieira/Metrópoles

Renato Feder, secretário de Educação, durante entrevista para a imprensa Fábio Vieira/Metrópoles

Fábio Vieira/Metrópoles
O motivo, segundo o jovem, seria o fato de apanhar do pai. Ele acrescentou ter presenciado o homem ameaçar a mãe com uma faca. Ainda segundo o depoimento, o estudante afirmou que o pai “sempre foi agressivo com sua mãe e com ele.”
“Disse que seu pai o batia com cinta, até cair no chão, e isso também sempre o deixou bastante triste”, diz trecho do depoimento.
Na mesma época em que teria pensado em matar o pai, o aluno afirmou ter começado a planejar um ataque seguido de suicídio. Foi também neste período que ele afirmou ter passado a se interessar por satanismo, assunto sobre o qual via vídeos na internet.
O jovem argumentou que isso não o influenciou para os ataques. O motivo para a violência desta segunda-feira, reiterou, seria o bullying sofrido nas escolas pelas quais passou, por causa de sua aparência física. Ele afirmou que era chamado de “rato de esgoto” por alguns colegas.
Procurado pelo Metrópoles, o pai do adolescente não quis falar. A advogada Rafaela Santos Dantas, que defende o estudante, também não comentou o caso. O espaço segue aberto para manifestações.
Planejamento de dois anos
Como o Metrópoles revelou, o estudante de 13 anos contou à polícia ter planejado o atentado por dois anos, inspirado nos massacres de Suzano, na Grande São Paulo, em 2019, e de Columbine, nos Estados Unidos, em 1999.
A professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, morreu após ser atingida por dez golpes de faca pelo estudante. Outras três professores e um aluno ficaram feridos — três já tiveram alta e uma segue internada.
O aluno foi contido por uma professora de Educação Física, que o desarmou com um mata-leão, dentro da sala de aula. Depois, foi apreendido pela Polícia Militar e levado para a delegacia.
Após prestar depoimento, o adolescente foi encaminhado para a Vara da Infância e Juventude, no centro da capital, antes de ser transferido para uma unidade da Fundação Casa, que abriga menores infratores.