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Reduto de Boulos, cervejaria de SP é alvo de blitze da gestão Nunes

Bar frequentado pelo deputado Guilherme Boulos e outros políticos de esquerda chegou a fechar após ação de fiscais da gestão Ricardo Nunes

atualizado

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Acervo pessoal
Fiscal no bar do Boulos
1 de 1 Fiscal no bar do Boulos - Foto: Acervo pessoal

São Paulo – Conhecido reduto da esquerda paulistana e frequentado pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSol), a Cervejaria Central, na Barra Funda, zona oeste da capital paulista, vem sendo alvo de sucessivas ações de fiscalização da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), adversário político do psolista.

O local chegou a ser fechado na noite da última sexta-feira (3/3), depois que três viaturas da Guarda Civil Metropolitana (GCM), dois veículos de apoio a fiscalizações da Subprefeitura da Sé e até um caminhão pararam na porta do bar, que estava cheio de clientes.

Após alguns minutos de conversa com o gerente do estabelecimento, os fiscais mandaram retirar todas as cadeiras que estavam na calçada e encerrar o atendimento. Os agentes da GCM, que faziam a retaguarda da blitz, estavam armados com escopetas.

Entre funcionários e clientes, comentava-se que a cervejaria estava sofrendo “perseguição política” da gestão do prefeito Ricardo Nunes, que vai tentar a reeleição no ano que vem e terá como um dos principais adverários o deputado Guilherme Boulos, que já fez até ato de campanha no bar.

Procurados pelo Metrópoles, o gerente e o dono do bar preferiram não se manifestar sobre a fiscalização feita pela Prefeitura da capital. Duas semanas antes, fiscais já haviam ido ao local e pedido documentos do bar e algumas alterações nas disposição das mesas que ficam nas calçadas, mas não impediram o bar de funcionar.

Reduto da esquerda

Alvo das blitze, a Cervejaria Central é um conhecido reduto da esquerda paulistana. O bar é decorado com fotos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, adesivos de Boulos, bandeiras do PT e do MTST, o movimento sem teto liderado pelo deputado do PSol, e emprega moradores de ocupações de prédios abandonados no centro de São Paulo.

Na última campanha eleitoral, o local foi usado para gravação de propagandas da campanha do PT, recebeu rodas de samba para alavancar a candidatura da deputada estadual eleita Ediane Maria (PSol), fez atos em favor de Orlando Silva (PCdoB) e, em especial, foi usado para atividades políticas de Boulos, que frequenta o espaço.

Explicações da Prefeitura

Em nota, a gestão do prefeito Ricardo Nunes afirmou que a fiscalização feita na noite de sexta-feira (3/3) se tratou de uma “ação de orientação” e negou que tenha mandado fechar o bar, apesar de a abordagem dos fiscais ter resultado no fim da venda de bebidas e no fechamento das portas.

Na cervejaria, afirma a prefeitura, “o responsável fez o recolhimento de mesas e cadeiras da calçada e, assim, sanou a incorreção administrativa cometida pelo bar”.

A nota diz ainda que a Subprefeitura da Sé faz fiscalizações rotineiras na região central e que teriam ocorrido ações em outras oito ruas, cumprindo 15 roteiros definidos previamente.

Na sexta à noite, os fiscais da prefeitura, contudo, não abordaram nenhum dos outros sete bares vizinhos à Cervejaria Central, que estavam abertos e também servindo clientes com mesas na calçada.

A reportagem também procurou o deputado Guilherme Boulos, mas ele não retornou o contato até o fechamento desta reportagem.

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