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“A gente não cuida dos pobres olhando política fiscal”, diz Lula

Lula participou de evento em SP ao lado de Fernando Haddad, anunciado ministro da Fazenda e visto com desconfiança pelo mercado financeiro

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
foto colorida do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em brasília
1 de 1 foto colorida do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em brasília - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

São Paulo – O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse na manhã desta quinta-feira (15/12) que não será possível cuidar da população mais pobre se as prioridades de governo forem estabelecidas a partir de dados estatísticos.

“A gente não cuida do pobre se ficar olhando dados estatísticos, política fiscal do governo, orçamento da Prefeitura, orçamento do estado. Sempre haverá prioridade mais importante que os pobres, sempre haverá a pressão que vocês não conseguem fazer”, disse Lula durante participação do Natal dos Catadores, no centro de São Paulo.

A fala ocorreu ao lado de Fernando Haddad, anunciado esta semana como o ministro da Fazenda a partir de 2023. Haddad é visto com desconfiança pelo mercado por se tratar de um nome da base petista e que pode seguir a “desobediência” fiscal pregada por Lula.

Críticas à Prefeitura de SP

Em mais de um momento, Lula criticou a Prefeitura de São Paulo pelas políticas públicas voltadas para moradores de rua. Ele elogiou o padre Júlio Lancelotti pelo trabalho feito junto à população mais carente e disse ter se surpreendido com a quantidade de pessoas que viu na região da Cracolândia, onde ocorre a maior venda e consumo de drogas a céu aberto da capital paulista.

“Nunca tinha visto o que vi hoje na rua de São Paulo e quero ver de, depois da posse, trazer o governo inteiro para eles perceberem que a gente vai governar para todos os brasileiros”, afirmou o presidente eleito, que ficou emocionado e viu a voz falhar durante a declaração.

No local estavam dois secretários municipais: Carlos Bezerra (PSDB), secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, e Marta Suplicy (sem partido), secretária de Relações Internacionais. Marta estava no palco junto do petista.

“Eu não sei se a Prefeitura em algum momento teve a capacidade de pelo menos pesquisar, estudar a vida de cada mulher, a vida de cada homem e o porquê de ter vindo parar na rua”, acrescentou Lula.

Em outra cutucada à gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), Lula disse: “Agora estão fazendo paralelepípedo debaixo da ponte, colocando barras de ferro para não ter espaço para [moradores de rua] não dormirem ali. Eles não cuidam, não querem nem que tenham o direito de deitar debaixo de uma ponte.”

Nesta segunda-feira, o padre Júlio quebrou blocos de pedra instalados em frente à Biblioteca Cassiano Ricardo, no Tatuapé, na zona leste da cidade. As peças impediam que moradores de rua dormissem no espaço.

A fala de Lula também foi uma crítica ao veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Lei Padre Júlio Lancelotti, que proibia que prefeituras e governos usassem técnicas de construção como a instalação de blocos de pedra para impedir a ocupação de espaços públicos por pessoas em situação de rua.

Ministeriáveis

No palco, junto de Lula, estavam a esposa dele, a socióloga Rosângela Silva, conhecida como Janja, a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), além do próprio Haddad.

Além deles, participaram do evento nomes cotados para o primeiro escalão do governo Lula. Um deles é o advogado Silvio Almeida, ventilado para o Ministério dos Direitos Humanos.

Também estavam no local quatro postulantes à Secretaria-Geral da Presidência: o advogado Marco Aurélio de Carvalho, os deputados federais Paulo Teixeira (PT-SP) e Márcio Macêdo (PT-SE), que foi tesoureiro da campanha de Lula, e o deputado estadual Emídio de Souza (PT), que coordenou programa de governo da campanha de Haddad em SP.

Lula foi diplomado junto de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), na segunda-feira. Eles tomam posse no dia 1º de janeiro.

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