São Paulo – A médica Maria de Fátima Nogueira Paixão e o empresário Hamilton José Bernardo são acusados de manter idosa de 82 anos em trabalho análogo à escravidão na residência do casal em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
Os dois foram acusados de exploração pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e respondem à ação civil pública. O casal mora em uma casa no bairro tradicional Ribeirânia e tem três filhos, que são médicos.
Maria de Fátima Nogueira Paixão é pediatra aposentada pela prefeitura de Ribeirão Preto. Já Hamilton José Bernardo é empresário do no setor de confecção de roupas.

Médica Maria de Fátima Nogueira PaixãoReprodução

A mulher foi mantida trabalhando sem salário e sem folgas por 27 anos na casa de uma médica e um empresárioDivulgação/ MPT

A idosa de 82 anos que foi resgatada de trabalho análogo à escravidão, em Ribeirão Preto, no interior de São PauloDivulgação/ MPT

Quarto de idosa de 82 anos que foi mantida por décadas em trabalho análogo à escravidão por casal no interior de SPDivulgação/ MPT

A mulher foi mantida em trabalho análogo à escravidão por 27 anosDivulgação/ MPT

Ela trabalhava na casa de uma médica e um empresárioDivulgação/ MPT

Banheiro usado pela mulher de 82 anosDivulgação/ MPT

A mulher foi mantida trabalhando sem salário por 27 anos na residência do casalDivulgação/ MPT
Reparação do abuso
Uma decisão judicial obtida pelo MPT determinou, na sexta-feira (2/12), o bloqueio de bens da médica e do empresário. O valor de R$ 815 mil será transferido para a idosa, com objetivo “reparar uma vida inteira de submissão e abusos praticados” pelos réus, diz o MPT.
A transferência de um carro pertencente ao casal também já foi alvo do bloqueio. A investigação do MPT começou após uma denúncia anônima.
Vítima
Devido a sua idade, a vítima tinha o Benefício Previdenciário Continuado (BCP). Porém, a idosa não tinha sequer acesso ao seu cartão de saque, que ficava sob a responsabilidade da patroa.
A mulher negra e analfabeta trabalhou durante 27 anos “sonhando em ter uma casinha”. Os acusados a enganavam dizendo que “estavam guardando o dinheiro” para ela. Em depoimento, a idosa disse que “não conhecia dinheiro”.