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Mala, vinho e bunda: veja onde PF já achou droga escondida em Cumbica

Segundo a PF, 335 pessoas foram presas por tráfico de droga no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, neste ano

atualizado

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Imagem colorida mostra haste de mala recheada de cocaína - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra haste de mala recheada de cocaína - Metrópoles - Foto: PF/Divulgação

São Paulo – A Polícia Federal (PF) prendeu 335 pessoas em flagrante no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na região metropolitana, por tráfico de droga neste ano. Entre os detidos, estão “mulas” que tentaram esconder os entorpecentes em fundos falsos de mala, garrafas de vinho e até colados na bunda.

Ao todo, a PF apreendeu 2,36 toneladas de drogas em Cumbica, como é chamado o Aeroporto de Guarulhos, entre janeiro e outubro de 2023. Esse volume é o segundo maior da série histórica, iniciada em 2001, e só perde para 2018 – ano em que 3,86 toneladas foram encontradas com passageiros.

O Metrópoles teve acesso à planilha de apreensões da PF, com a quantidade encontrada e o resumo da descrição de cada ocorrência em Cumbica. Segundo o documento, cocaína é a droga mais apreendida (2,1 toneladas), seguida por maconha ( 140,7 quilos) e sintéticas (73,8 quilos), como metanfetamina ou ecstasy.

Na primeira semana de novembro, as Forças Armadas deram início às ações de Garantia de Lei e da Ordem (GLO), decretada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para combater o tráfico de armas e drogas em portos e aeroportos brasileiros. Segundo investigações, a operação criminosa a partir de Cumbica é comandada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).

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Esconderijo

Os dados da PF mostram, ainda, que esconder a droga na mala ou na mochila – seja em fundos falsos, na lateral ou na haste – é a modalidade mais praticada pelas “mulas”, nome que se dá às pessoas que fazem o transporte ilegal dos entorpecentes. Foi esse o caso em ao menos 192 prisões, ou 57% do total.

Também houve 30 pessoas flagradas com a droga escondida no corpo. Em uma das ocorrências, registrada em 29 de janeiro, dois brasileiros tentaram embarcar para Amsterdã, na Holanda, com 4,5 quilos de cocaína presos nas pernas, na cintura e nos glúteos. Em oito casos, a cápsula havia sido engolida.

Para tentar driblar a fiscalização, os traficantes são criativos. Em junho, duas pessoas da Malásia foram detidas tentando embarcar com cocaína diluída em garrafas de vinho. Em outras apreensões, os policiais encontraram drogas em pacotes de suco, latas de sardinha e massa de brigadeiro.

O passageiro tentou embarcar com mais de 15 quilos de droga em 36 ocorrências. Na maior apreensão, em 14 de janeiro, a PF encontrou quase 85 quilos de cocaína com um brasileiro.

Presos

Entre os presos, 175 são homens e 160, mulheres. Já o ranking de nacionalidades mostra que os brasileiros (157 presos) representam 47% dos detidos. Em seguida, aparecem nigerianos (37), sul-africanos (17) e angolanos (16).

Em julho, a PF também deflagrou a segunda fase da Operação Colateral, contra uma quadrilha de tráfico internacional que atuava no aeroporto trocando a etiqueta das malas de passageiros para enviar drogas ao exterior.

O grupo investigado pela PF é formado por funcionários e ex-funcionários de Cumbica. A ação da quadrilha foi descoberta após as brasileiras Jeanne Paollini e Kátyna Baía serem presas injustamente em Frankfurt, na Alemanha.

Segundo a investigação, funcionários da área restrita do aeroporto internacional recebiam do PCC uma média de R$ 30 mil por cada bagagem recheada com cocaína despachada para Europa. A cifra equivale a mais de um ano de salário deles.

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