Funcionários aceitam proposta do Metrô-SP e encerram paralisação

Apesar de críticas ao acordo proposto, os funcionários do Metrô entenderam que não haveria como continuar a greve; votação foi apertada

atualizado 24/03/2023 12:40

Felipe Resk/Metrópoles

São Paulo – Os metroviários decidiram, em assembleia realizada na manhã desta sexta-feira (24/3), encerrar a greve e retornar ao trabalho. A categoria, em votação apertada, acatou a indicação do sindicato para aceitar a proposta feita pelo Metrô.

A diferença foi de 21 votos a favor do fim da greve. O acordo contempla o pagamento em abril de abono salarial no valor de R$ 2 mil e a instituição de Programa de Participação nos Resultados de 2023, a ser pago em 2024.

Segundo o sindicato, o metrô deve levar algum tempo para voltar a operar, a fim de que os funcionários cheguem a seus postos de trabalho.

A presidente do sindicato, Camila Lisboa, defendeu que a categoria aceitasse a proposta, embora considere que ela não seja suficiente: “A gente acha importante aceitar essa proposta e sair da greve por cima. Não queremos transformar a vitória política dessa greve em uma derrota para a categoria.”

“Agora, é voltar ao trabalho, reorganizar nossas forças, porque a luta continua”, completou.

 

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Funcionamento parcial

O Metrô de São Paulo deu início às 6h45 desta sexta a um novo plano de contingência para garantir o funcionamento parcial de três das quatro linhas paralisadas pela greve dos metroviários.

No segundo dia de paralisação, a linha 1-Azul funcionará apenas entre as estações Ana Rosa e Luz. A linha 2-Verde vai operar da estação Alto do Ipiranga até a estação Clínicas. E a linha 3-Vermelha, entre as estações Santa Cecília e Bresser-Mooca. A linha 15-Prata permanece fechada.

O Governo de São Paulo e a Prefeitura de SP decretaram ponto facultativo em repartições públicas.

Governo multado

No início da noite de quinta (23), o sindicato e o Metrô de São Paulo participaram de uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT), que acabou sem acordo.

A juíza relatora Eliane Aparecida da Silva Pedroso destacou que o Metrô não aceitou as propostas feitas pelo sindicato e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e “se negou a apresentar qualquer proposta de solução” para a greve.

A magistrada multou a companhia em R$ 100 mil por “conduta antissindical”, após o governo do estado anunciar a retomada da operação com catraca livre e, ao mesmo tempo, acionar Justiça para obrigar o restabelecimento do serviço com tarifa.

Os metroviários cobram pagamentos referentes a um abono salarial, cancelamento de punições e de descontos no salário de grevistas. O MPT sugeriu um valor que foi aceito pela categoria, mas recusado pela estatal.

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