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Entenda como ficam as aulas em SP após vaivém do material didático

Veja como fica o material didático das aulas em SP a partir de 2024, depois de polêmica sobre corte de livros e conteúdo digital

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Sérgio Andrade / Governo de SP
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1 de 1 imagem colorida mostra crianças e professora em sala de aula no estado de São Paulo - Metrópoles - Foto: Sérgio Andrade / Governo de SP

São Paulo — O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) mudou de ideia pelo menos três vezes sobre a decisão de cortar os livros didáticos nas escolas estaduais de São Paulo.

Inicialmente, a intenção da Secretaria Estadual da Educação era oferecer aos alunos apenas o material produzido pelo próprio estado e investir no conteúdo digital para as aulas.

Neste plano, os estudantes a partir do 6º ano do Ensino Fundamental não teriam nenhum material didático impresso e as aulas seriam baseadas no digital, com uso de slides, vídeos e jogos, segundo o secretário da Educação, Renato Feder.

Os relatos de falta de estrutura nas escolas, como a ausência de internet rápida e de equipamentos de informática, e as críticas de especialistas fizeram com que o governador anunciasse que o estado iria imprimir o conteúdo digital.

“Nós vamos encadernar esse material e entregar ele também impresso, encadernado. Ou seja, se o aluno quiser estudar digitalmente ele vai poder, se ele quiser estudar no conteúdo impresso, no caderno, ele também vai ter essa opção”, disse Tarcísio, no início do mês.

No dia seguinte à fala do governador, o secretário Renato Feder mudou o discurso outra vez. Ele afirmou que o material impresso não seria o mesmo que é dado no formato digital, como deu a entender Tarcísio, e sim as apostilas do Currículo em Ação, que são produzidas pelo estado desde 2008. Inicialmente, elas seriam cortadas para os alunos do Fundamental 2 e do Ensino Médio.

Livro ou slide? Entenda a polêmica envolvendo o material didático de SP

Na última quarta-feira (16/8), o governo Tarcísio recuou pela terceira vez. A seguir, o Metrópoles explica como fica o material escolar das aulas agora, depois de tanto vaivém.

Afinal, os alunos terão livros didáticos no ano que vem?

Sim. Depois de receber uma avalanche de críticas por recusar os livros didáticos do governo federal, Tarcísio voltou atrás na decisão e optou por manter o material do Ministério da Educação (MEC) nas escolas.

Com isso, os alunos do Ensino Fundamental e Médio terão acesso aos livros didáticos em 2024, mantendo o que já acontecia na rede até este ano.

Nesta quinta-feira (16/8), a Secretaria da Educação enviou um ofício ao MEC solicitando a adesão ao Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD).

A pasta afirma que a decisão de permanecer no programa se deu “a partir da escuta e do diálogo com a sociedade, que resultou no entendimento de que mais esclarecimentos precisam ser prestados antes de que a mudança seja efetivada”.

O recuo do governo estadual aconteceu no mesmo dia em que a Justiça de São Paulo determinou que o estado adquirisse o material didático do MEC.

Segundo o juiz Antônio Augusto Galvão de França, da 4ª Vara da Fazenda Pública, a saída “abrupta” do programa poderia gerar “sérios prejuízos à formação escolar dos estudantes e, também, ao erário estadual”.

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E o que acontece com o Currículo em Ação?

As apostilas do Currículo em Ação, que chegaram a ser cortadas no plano inicial do estado, também serão mantidas. O material será utilizado como base para a Prova Paulista, avaliação bimestral que mede o desempenho dos estudantes, ganhando protagonismo histórico.

Atualmente, o Currículo em Ação é formado por um caderno de exercícios e textos de apoio. O governo não deu detalhes sobre eventuais mudanças no formato do material.

Os slides continuam?

Sim. A Secretaria da Educação afirmou que o material seguirá à disposição dos professores em toda a rede estadual.

Nesta semana, um grupo de pesquisadores criticou o conteúdo em uma nota técnica. Os especialistas afirmam que os slides possuem problemas metodológicos, erros conceituais e são mal contextualizados.

Em resposta às críticas, a Secretaria disse que o conteúdo é elaborado por uma equipe técnica multidisciplinar, composta por mais de 70 docentes. A pasta afirma que a análise dos pesquisadores é subjetiva e descontextualizada.

Vai ter livro didático digital?

Não. O conteúdo trabalhado nas salas de aula será composto apenas pelas apostilas do Currículo em Ação, o material digital ligado às apostilas, e os livros impressos fornecidos pelo governo federal.

O governo tinha anunciado livros literários digitais. Isso continua?

Por enquanto, não. Na segunda-feira (14/8), a Secretaria da Educação havia anunciado a contratação, no valor de R$ 4,5 milhões, da empresa Bookwire para o fornecimento de obras literárias digitais para o projeto “Leia SP”.

A ideia do programa era disponibilizar 68 títulos literários, incluindo best-sellers, para 2,9 milhões estudantes do Ensino Fundamental 2 e Ensino Médio, por meio de uma plataforma digital.

Nesta quinta-feira (17/8), no entanto, a pasta rescindiu o contrato com a empresa Primasoft, que desenvolveria a plataforma, e cancelou a contratação da Bookwire, que forneceria o conteúdo.

O contrato com a Bookwire seria feito sem licitação, o que gerou nova polêmica em meio ao vai-e-vém de declarações envolvendo os livros didáticos.

Ao anunciar a rescisão, a secretaria afirmou que seria feita uma “adequação de diretrizes do Projeto Leia SP” e que a decisão não teria ônus ao erário estadual.

E os livros literários impressos? As escolas continuam a recebê-los?

Sim. A Secretaria nunca deixou de aderir ao PNLD para livros literários, então as escolas seguem recebendo as obras normalmente.

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