Empresário que dirigia Porsche é fichado e fotografado na cadeia
Empresário Fernando Sastre Filho, de 24 anos, está preso por tempo indeterminado pela morte de um motorista de aplicativo em São Paulo
atualizado
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São Paulo – Com cabelos desgrenhados, o empresário Fernando Sastre de Oliveira Filho, de 24 anos, foi fichado e posou para sua foto de entrada no sistema prisional paulista (foto em destaque).
Fernando Filho se entregou à Polícia Civil, no fim da tarde dessa segunda-feira (6/5), após a Justiça decretar sua prisão preventiva. Ele ficou três dias foragido antes de se apresentar. Como mostrado pelo Metrópoles, o empresário chorou e ficou sem dormir em sua primeira noite atrás das grandes, em uma carceragem do 31º DP (Vila Carrão).
Em condição de sigilo, uma fonte da polícia afirmou que Fernando disse que “preferiria ter morrido do que estar passando por tudo isso”.
Segundo seu registro de preso, atualizado às 9h46 desta quinta-feira (9/5) e ao qual o Metrópoles teve acesso, Fernando segue atrás das grades no Centro de Detenção Provisória (CDP) 2 de Guarulhos, na Grande São Paulo, de onde ele ainda será transferido para a Penitenciária de Tremembé, no interior paulista.
O empresário, cuja profissão aparece como “comerciante” na ficha prisional, declarou estar em uma união estável e seguir uma religião de orientação espírita.
Uma fonte do Judiciário explicou que os cabelos dele serão cortados. Só não foram, antes da foto, por uma questão de praxe, para que eventuais testemunhas possam fazer a identificação do preso, por meio de fotografia.
Na terça-feira (7/5), um pedido de habeas corpus feito pela defesa do empresário foi julgado pela 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que por unanimidade decidiu manter Fernando encarcerado.
Preso na 5ª Seccional
O empresário é acusado de dirigir embriagado seu Porsche, avaliado em mais de R$ 1 milhão, e provocar a morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos. A vítima teve seu Renault Sandero atingido pelo carro de luxo na Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, zona leste de São Paulo.
O mandado de prisão preventiva foi expedido na última sexta-feira (3/5) pelo desembargador João Augusto Garcia, da 5ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). O magistrado acolheu um recurso do Ministério Público (MPSP), apresentado no dia anterior.
Antes, juízes de primeira instância haviam recusado três pedidos de prisão contra Fernando Sastre Filho – dois deles de prisão preventiva e outro de temporária (por 30 dias). Ao mandar o empresário para a cadeia, o desembargador também revogou as outras medidas cautelares que haviam sido impostas, como proibição de se aproximar de testemunhas, mas manteve a fiança de R$ 500 mil.
Homicídio
Fernando Filho é réu por homicídio qualificado e lesão corporal gravíssima. Além da morte de Ornaldo, outra vítima do acidente é o estudante Marcus Vinicius Machado Rocha, 22 anos, que estava de carona no Porsche.
Marcus fraturou quatro costelas, precisou ser hospitalizado e perdeu o baço. Ele voltou a ser internado no último dia 28 de abril e teve alta na segunda-feira (6/5). Mesmo com sinais de embriaguez, Fernando Sastre Filho recebeu permissão dos PMs para ir embora, sem fazer o teste do bafômetro. Os agentes responsáveis pela liberação indevida também são alvo de investigação.
Como publicado pelo Metrópoles, a câmera corporal da PM Dayse Aparecida Cardoso Romão mostra que ela explica, ao telefone, os motivos para liberar, sem escolta, o empresário, logo após ele provocar o acidente fatal (assista abaixo).
As imagens das câmeras corporais dos PMs que atenderam à ocorrência mostra o momento em que Fernando Filho é liberado do local do acidente junto da mãe, sob a justificativa de que iria procurar atendimento médico, o que não aconteceu.
Investigação
Laudo do Instituto de Criminalística apontou que a velocidade média do Porsche era de 156 km/h. Quando se apresentou à polícia, contudo, mais de 36 horas após o acidente, o empresário disse que estava “um pouco acima da velocidade máxima permitida”, que é de 50 km/h.
À polícia, o amigo que estava no Porsche disse que Fernando Filho havia ingerido bebida alcoólica antes, contrariando o depoimento do empresário.
Antes do acidente, os amigos e suas respectivas namoradas foram a um restaurante, onde o grupo consumiu nove drinques, e depois a uma casa de pôquer, que funciona no sistema open bar.