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Elo com PCC e irmão de agente do futebol: quem é o médico que guardava 63 kg de cocaína

Acusado de ter relação com PCC, médico Alexandre Pedroso Ribeiro tenta comprovar vício para ser declarado “inimputável” em ação na Justiça

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Foto colorida 3x4 de Alexandre Pedroso.
1 de 1 Foto colorida 3x4 de Alexandre Pedroso. - Foto: Reprodução

São Paulo – A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia contra o médico Alexandre Pedroso Ribeiro, flagrado com 63 kg de cocaína em outubro de 2021 em seu apartamento, em uma condomínio de luxo no Guarujá, no litoral do estado. Na ocasião, ele alegou que a droga, avaliada em R$ 7,5 milhões, seria para consumo próprio.

Alexandre Pedroso Ribeiro, de 55 anos, está preso em Presidente Venceslau desde maio de 2022. O médico também é acusado de facilitar o assassinato de um paciente em um hospital do Guarujá, no litoral de São Paulo, a mando do Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele ainda é suspeito de participar de um esquema de lavagem de dinheiro do traficante André do Rap, um dos líderes da facção criminosa.

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O médico é irmão do empresário Wagner Ribeiro, conhecido como o “empresário das estrelas” no futebol. Wagner se vangloria de ter levado Neymar, Lucas Moura, Robinho e Kaká para jogar na Europa.

Médico alega ser inimputável por vício em cocaína

Alexandre Pedroso Ribeiro tenta provar à Justiça que é inimputável e não pode responder por seus atos. Ele alega ser viciado em cocaína desde 2018, quando viajou à Rússia para assistir a Copa do Mundo, e que desenvolveu um transtorno mental em decorrência da droga.

Em laudo médico apresentado pela defesa, a psiquiatra Lais Pereira afirma que “o paciente tem histórico de transtorno por uso de cocaína”. “Ao longo dos anos, foi aumentando progressivamente o consumo, que passou a ser diário e em doses cada vez maiores, chegando até a 20g em um dia”, de acordo com o documento.

“Há presença de ideias delirantes, autorreferência, persecutoriedade. Ideação suicida presente, no momento, sem planejamento expresso. Sem sinais sugestivos de alterações sensoperceptivas. Hipobúlico, hipopragmático. Crítica da morbidez reduzida”, afirma.

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) afirma que, para ser comprovada a imputabilidade, é preciso comprovar que a dependência química impediu que o suspeito compreendesse o caráter ilícito de sua conduta. Na opinião do MP, não foi o caso.

“Droga suficiente para abastecer toda a Baixada Santista”

De acordo com o Ministério Público, a quantidade de drogas apreendida na casa de Alexandre seria suficiente para abastecer todo o tráfico de drogas da Baixada Santista.

“O volume da droga apreendido é avaliado em, aproximadamente, R$ 7.560.000,00, o que indica que os entorpecentes apreendidos não seriam consumidos por apenas uma pessoa, mas sim utilizados para abastecer o comércio de drogas em toda a baixada santista”, afirma o promotor Carlos Eduardo Perez Fernandez.

Segundo ele, além disso, a droga estava armazenada em tablets, “o que aponta que seria comercializada, não destinado ao uso de apenas uma pessoa, como o acusado pretende fazer crer”.

O MP aponta ainda que o médico deixou de comparecer perante a autoridade policial para prestar depoimento. Ele só foi encontrado após a morte do paciente Gilianderson dos Santos, no Hospital Santo Amaro, no Guarujá.

Preso por morte de paciente

O paciente Gilianderson dos Santos, de 37 anos, foi morto a tiros, em abril de 2022, no Hospital Santo Amaro, no Guarujá. Câmeras de segurança registraram o momento em que dois homens armados entram no quarto e atiram várias vezes contra o paciente, que estava sentado em uma cadeira de rodas.

Gilianderson havia sido internado dois dias antes após levar um tiro nas costas. Segundo colegas, Alexandre Pedroso, que não estava de plantão no dia, pressionou para que o paciente tivesse alta. De acordo com a Polícia Civil, Alexandre Pedroso Ribeiro tem ligação com o PCC.

Ligação com o PCC

No inquérito sobre a morte de Gilianderson, a Polícia Civil aponta que Alexandre Pedroso tinha ligação com o PCC. A investigação apontou que integrantes da facção frequentavam a casa do médico. O trecho foi citado pelo Ministério Público para justificar a aceitação da denúncia contra ele.

“Os policiais apuraram também que Alexandre possuía envolvimento com membros da facção criminosa PCC – Primeiro Comando da Capital, os quais foram vistos, em campana realizada, frequentando a residência de ALEXANDRE”, diz o promotor Carlos Eduardo Perez Fernandez.

De acordo com a Polícia Civil, Ribeiro também foi acusado de lavar dinheiro para os narcotraficantes André Oliveira Macedo, o André do Rap, foragido da Justiça, e Wagner Ferreira da Silva, o Cabelo Duro, morto em fevereiro de 2018 em uma guerra interna do PCC.

A reportagem do Metrópoles tenta contato com a defesa de Alexandre Pedroso. O espaço segue aberto para manifestação.

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