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Como as eleições de 2024 influenciam as discussões do Plano Diretor de SP

Atuação das bancadas na Câmara Municipal, em especial do PT e do PSol, articulam votação do Plano Diretor de olho nas eleições de 2024

atualizado

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Montagem com fotos de Governo de SP e Fábio Vieira/Metrópoles
Montagem com fotos de Ricardo Nunes e Guilherme Boulos
1 de 1 Montagem com fotos de Ricardo Nunes e Guilherme Boulos - Foto: Montagem com fotos de Governo de SP e Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo — A disputa antecipada pela Prefeitura da capital no ano que vem entre o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSol) já influencia a política paulistana a ponto de pautar as ações dos partidos na Câmara Municipal na votação mais importante do ano, a revisão do Plano Diretor Estratégico (PDE) de São Paulo.

O texto deve ser votado na próxima sexta-feira (23/6), alterando uma série de regras para a construção de prédios em São Paulo. O novo PDE deve autorizar arranha-céus mais altos em mais lugares, o que pode gerar impactos no trânsito, com o objetivo, segundo o governo, de criar mais moradias em áreas centrais da cidade.

O PSol, partido de Boulos, é a legenda que lidera a oposição ao projeto, com argumentos que vão do favorecimento à especulação imobiliária à falta de debates públicos sobre a revisão do plano que entrou em vigor em 2014, na gestão do ex-prefeito e atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Haddad já pediu para que os vereadores petistas votem contra o projeto da forma como ele havia sido proposto.

O partido apresentou ontem um projeto substitutivo próprio para a revisão do PDE e está convocando movimentos sociais para um ato nesta terça-feira (20/6) contra o texto. A legenda não descarta ainda uma nova ação na Justiça para tentar travar a votação.

Já o União Brasil, partido da base de Nunes, é quem comanda as iniciativas para que o texto seja aprovado o mais rápido possível, por meio do presidente da Câmara, Milton Leite, e do presidente da Comissão de Urbanismo, Rubinho Nunes — ambos dizem estar corrigindo pontos do plano vigente na cidade para facilitar a produção de moradias acessíveis às classes mais baixas.

O PSD de Gilberto Kassab, secretário de Governo na gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem a relatoria do novo texto, com o vereador Rodrigo Goulart. O governo Tarcísio também já está fechado com o projeto eleitoral de Nunes.

PT dividido

Nessa disputa, o PT, que tem a maior bancada da Câmara Municipal, rachou durante as discussões do plano e vem deixando cada vez mais expostas as divisões internas no partido.

A sigla também apresentou um projeto substitutivo próprio, mas o líder petista na Casa, Senival Moura, afirma que o PT pode votar a favor do texto do governo caso a gestão Nunes recue de pontos mais polêmicos.

Tanto petistas como integrantes do PSol enxergam a abertura de diálogo de uma ala do PT com o governo Nunes como uma demonstração de insatisfação com o acordo já firmado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de apoio do seu partido à candidatura de Boulos na eleição para a Prefeitura no ano que vem.

O acordo é visto por essa ala como uma imposição “de cima para baixo” de Lula e a opção de adotar uma estratégia diferente do PSol em relação ao Plano Diretor serve também para marcar posição quanto às divergências que existem entre as duas siglas.

Ao comentar, nessa segunda-feira (19/6), porque PT e PSol não tinham um substitutivo único, que abarcasse a visão conjunta dos partidos de esquerda da cidade, Moura desconversou. “Tem pontos que nós não estudamos no substitutivo da esquerda”, disse, em entrevista coletiva.

Um vereador da base de Nunes que tem se envolvido nas negociações contabiliza que seis dos oito vereadores petistas podem votar com o governo pela aprovação do texto, após um recuo que alterou alguns pontos polêmicos na revisão do PDE, como adiantou o Metrópoles.

Desta forma, esses vereadores poderiam defender para suas bases eleitorais, e aos movimentos sociais, que as mudanças só ocorreram por causa da negociação que eles promoveram com o governo, além de darem um recado ao partido que eles não querem manter uma atuação de apoio ao PSol.

Petistas afirmam que a bancada municipal ainda tem receio de apoiar uma chapa para prefeito encabeçada por um não petista e ver o partido encolher, correndo o risco de ficar menos do que o PSol na próxima legislatura.

Nas eleições passadas, em 2020, quando Boulos foi ao segundo turno contra Bruno Covas (PSDB), o PSol triplicou sua bancada de dois para seis vereadores.

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