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Casa na Rússia e Ferrari: a vida de luxo de Brennand revelada à Justiça

À Justiça de São Paulo, Thiago Brennand declara ser dono de Ferrari e manter residência até hoje na Rússia, Inglaterra e Emirados Árabes

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Thiago Brennand
1 de 1 Thiago Brennand - Foto: Divulgação/Facebook

São Paulo – O empresário Thiago Brennand, de 43 anos, tem visto sua antiga rotina de luxo e mordomias ser explorada na maratona de audiências que enfrenta no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Preso na capital paulista, ele é réu em nove processos e responde por crimes de estupro, tortura, ameaça e cárcere privado.

Interrogado, Brennand declarou manter até hoje residências na Rússia, Inglaterra e Emirados Árabes. Tinha à sua disposição, ainda, um flat no Itaim Bibi, bairro nobre de São Paulo, e uma mansão na Fazenda Boa Vista – condomínio de alto padrão em Porto Feliz, no interior paulista, com spa, haras, piscina e uma série de empregados.

A casa de Porto Feliz era onde o empresário passava “99%” do seu tempo no Brasil, segundo depoimento prestado na Justiça. Também é o local dos supostos crimes na maioria das acusações que Brennand enfrenta na Justiça. Ele alega inocência em todas.

Brennand foi interrogado no dia 21 de junho de 2023 e os detalhes do depoimento foram revelados, com exclusividade, pelo Metrópoles. Na audiência, ele afirmou ser “empresário desde sempre”, contou que vivia no exterior desde os 17 anos e só voltou a ficar um ano inteiro no Brasil na pandemia de Covid-19.

Ao longo do depoimento de quase duas horas, o preso ainda mencionou dois carros da sua garagem: uma McLaren e uma Ferrari. Este último, modelo F8 Spider, não é importado por menos de R$ 4,1 milhões.

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Abastado

Brennand nasceu em uma família multimilionária do Recife. O pai dele é cofundador de uma rede de assistência médica que inaugurou os hospitais Santa Joana e Memorial São José, famosos na capital de Pernambuco.

No interrogatório, teve que responder sobre suas origens. “O senhor vem de uma família abastada ou não? O senhor vem de origem humilde? Estou querendo saber as oportunidades sociais do senhor. Está na lei”, indagou o juiz Fernando Henrique Masseroni Mayer, da 2ª Vara de Porto Feliz.

“Não, não, não, doutor Fernando. Responderei quaisquer perguntas do senhor… É só o termo ‘abastado’ que não me é um vocábulo muito simpático. Eu venho de família que teve excelentes condições. Sempre teve. Sempre fui criado com excelentes condições”, afirmou.

Em 2019, o empresário foi excluído da herança da família por alegados desentendimentos com os pais. O termo de deserdação foi registrado pelo pai no 8º Tabelionato de Notas do Recife.

Rotina

Em depoimento, Brennand se descreveu como uma “pessoa reservada”, que não dava entrevista “nem para a Caras”. Também relatou que costumava ter mais de um relacionamento amoroso simultâneo, anotava as relações em um diário e que “só 0,03%” das mulheres teriam sido, de fato, suas namoradas.

Fora da cadeia, almoçava em restaurantes todos os dias e só dormia por volta das 3h30, de acordo com seu depoimento. Vítimas de diferentes processos o acusam de violência psicológica por supostamente serem proibidas de deitar antes e precisar levantar primeiro do que ele. O empresário acordaria às 14h.

Entre os seus hobbies, estão judô, kickboxing, equitação e tiro. Em março, a Polícia Civil de São Paulo chegou a apreender mais de 60 armas de fogo, incluindo metralhadoras e fuzis, atribuídas ao empresário, em um clube de Atibaia, no interior. Já na Fazenda Boa Vista, os agentes encontraram um mala com miras ópticas e outros materiais de tiro.

Em juízo, Brennand disse ser atirador desde 1994, quando ainda era adolescente, e que nunca deixava de guardar as armas no cofre, conforme determina a legislação. “Todas as minhas armas são customizadas, dentro da regulação do Exército Brasileiro”, afirmou.

Prisão

Nos processos, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) incluiu ainda o que chamou de “bizarrices comportamentais” do empresário. Entre elas, estariam hábitos como o de marcar pessoas e objetos com as iniciais de seu nome e o de exigir que a vítima assistisse a ele fazendo cocô.

Testemunhas também relatam que ele deixaria funcionários “de castigo” e mandava uma das empregadas, a quem supostamente chamava de “macaquinha”, raspar as suas partes íntimas. Convocada a depor, a empregada negou que o fizesse.

Brennand está preso no Centro de Detenção Provisória 1 (CDP) de Pinheiros, na capital paulista, desde o fim de abril.

Ele foi levado para a cadeia após ficar oito meses foragido nos Emirados Árabes e ser extraditado. Todos os processos ainda aguardam sentença.

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