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Câmara de SP deve analisar vídeo atribuído a padre Júlio e definir CPI

Vereadores da base de Ricardo Nunes devem assistir a vídeo de suposto abuso atribuído ao padre Júlio; oposição quer “CPI do Superfaturamento

atualizado

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Afonso Braga/Câmara de SP
Milton Leite, presidente da Câmara Municipal de São Paulo
1 de 1 Milton Leite, presidente da Câmara Municipal de São Paulo - Foto: Afonso Braga/Câmara de SP

São Paulo — Governo e oposição na Câmara Municipal paulistana travam, nesta terça-feira (5/3), uma disputa em torno da instalação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), que inclui um pedido de impeachment contra um dos secretários da gestão Ricardo Nunes (MDB) e a exibição, a portas fechadas, de um vídeo com supostas imagens de abusos sexuais atribuídos ao padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua da Igreja Católica.

Do lado do governo, a articulação é pela instalação da chamada CPI do padre Júlio, proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União), ex-integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), que vem sendo debatida desde o fim do ano passado.

A proposta original mirava as ONGs que atuam na região da Cracolândia, no centro da capital. Mas, em janeiro, Rubinho passou a dizer, em entrevistas à imprensa, que a CPI teria o padre como alvo. As falas provocaram forte reação da Igreja Católica, de entidades que atuam com a população de rua e de políticos de oposição. A repercussão fez com que parte dos vereadores que havia concordado com a investigação retirasse o apoio à CPI.

Há duas semanas, quando Rubinho tentou levar à instalação da CPI à reunião semanal dos líderes de bancadas, a proposta já não tinha força para ser aprovada. Mas o vereador, que conta com o apoio do presidente da Câmara, Milton Leite (União), conseguiu postergar o enterro da comissão com a proposta de colher novas provas contra o padre, o que foi aceito por seus pares.

Resposta da oposição

A oposição, por sua vez, começou a buscar assinaturas para propor uma CPI do Superfaturamento, diante da possibilidade de que a investigação contra o padre Júlio voltasse à pauta. A ideia era investigar uma série de suspeitas de irregularidades em obras públicas contratadas de forma emergencial (sem licitação) que foram noticiadas pela imprensa nos últimos meses.

Já nesta semana, diante de uma nova reportagem publicada pelo portal UOL, que apontou indícios de conluio entre empresas para obter os contratos emergenciais, a proposta de CPI do Superfaturamento ganhou força entre os opositores do prefeito, e a bancada do PSol apresentou até um pedido de impeachment do secretário de Infraestrutura Urbana e Obras, Marcos Monteiro, titular da pasta envolvida nas suspeitas.

O movimento dos adversários reacendeu a proposta de investigação sobre o padre Júlio, que voltou à pauta da reunião de líderes marcada para esta terça-feira. Para tentar emplacar de vez a CPI, o vereador Rubinho Nunes deve exibir um vídeo com cenas de um suposto caso de abuso relacionado ao sacerdote, na qual ele apareceria nu se masturbando. O padre nega as acusações contra ele.

Rubinho alega que o vídeo é do padre e tem laudos de que o material não foi adulterado. A Igreja Católica disse que já analisou o material em 2020 e que as imagens não são do sacerdote.

Reunião fechada

Diante do conteúdo, a reunião desta terça deverá ser parcialmente fechada e não será transmitida no canal do YouTube da Câmara Municipal. O público deverá ser retirado no momento em que essa discussão tiver início.

Nos bastidores, a disputa entre os vereadores é para evitar dar munição eleitoral ao adversário, com as suspeitas de superfaturamento de obras, no caso de Nunes, e o suposto abuso sexual do padre Júlio, no caso do deputado federal Guilherme Boulos (PSol), pré-candidato a prefeito com apoio do PT e amigo do sacerdote.

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