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Da reunião à churrascaria. Temer leva embaixadores para comer carne

Presidente e autoridades estrangeiras foram comer “carne brasileira” no Setor de Clubes Sul, após reunião sobre efeitos da operação da PF

atualizado

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ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO CONTEÚDO
1 de 1 - Foto: ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO CONTEÚDO

Após reunião com ministros e embaixadores de países importadores de carne brasileira, na tarde deste domingo (19/3), o presidente da República, Michel Temer (PMDB), tentou amenizar os impactos da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal na sexta-feira (17). Em seu pronunciamento à imprensa, Temer fez questão de garantir a qualidade da carne brasileira. Tanto que, ao encerrá-lo, convidou ministros e autoridades estrangeiras para “saindo daqui, irmos todos a uma churrascaria”.

Pouco depois, o presidente, ministros de Estado e embaixadores de países que compram o produto brasileiro degustavam um rodízio de carnes, na churrascaria Steak Bull, no Setor de Clubes Sul, área nobre da capital. O local costuma cobrar R$ 119 por rodízio, sem contar o valor das bebidas. A reserva foi feita pela própria equipe do Palácio do Planalto por volta das 17h45.

A casa é famosa por oferecer cortes nobres de carnes, com origem brasileira e também importadas da Argentina, Austrália e Estados Unidos. Segundo nota do Planalto, na ocasião foram servidas apenas carnes brasileiras.

Apesar de a Operação Carne Fraca ter sido deflagrada pela Polícia Federal, o diretor-geral da PF, Leandro Daiello, acompanhou o grupo. Uma ausência foi sentida, no entanto: a do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira. Ao final do churrasco deste domingo, um sorridente Michel Temer posou para fotos com os funcionários do estabelecimento.

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“Desvio de conduta”
Antes da ida à churrascaria e depois da reunião com os embaixadores, o presidente Temer fez um pronunciamento, no qual tratou os casos investigados na Operação Carne Fraca como “desvio de conduta” de alguns funcionários de frigoríficos e dos órgãos de fiscalização. Michel Temer ressaltou que, das mais de 4 mil unidades produtoras de carne no Brasil, apenas 21 estão sob investigação, sendo três frigoríficos fechados pela polícia.

Em seu pronunciamento, Temer anunciou a criação de uma força-tarefa para fiscalizar os frigoríficos que entraram na mira dos investigadores. “Decidiu-se acelerar o processo de auditoria nos estabelecimentos citados na investigação”, disse. “Três dessas unidades foram suspensas, e todas as 21 serão imediatamente colocadas sob regime especial de fiscalização, a ser conduzida pela força-tarefa do Ministério da Agricultura”, declarou.

 

Segundo a PF, os frigoríficos envolvidos no esquema criminoso “maquiavam” carnes vencidas com ácido ascórbico e as reembalavam para vendê-las. A carne imprópria para consumo era destinada tanto ao mercado interno quanto à exportação.

Os internautas não perdoaram a declaração do presidente. Veja reação nas redes sociais:

 

(Com informações de agências)

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