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“Precisamos de ações com resultados concretos”, diz Haddad no G20

“Aumento do diálogo entre as maiores economias é importante, mas não suficiente”, afirmou Fernando Haddad em reunião com ministros do G20

atualizado

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Horacio Villalobos – Corbis/Corbis via Getty Images
Horacio Villalobos Coverage
1 de 1 Horacio Villalobos Coverage - Foto: Horacio Villalobos – Corbis/Corbis via Getty Images

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pediu ações concretas e maior diálogo entre os países que compõem o G20, grupo das 19 maiores e mais importantes economias do mundo e a União Europeia. O petista participou nesta sexta-feira (24/2) da primeira reunião entre os ministros da Economia e presidentes de Bancos Centrais do bloco, em Bangalore, na Índia.

Em seu pronunciamento, de 4 minutos, Haddad citou o que classificou como os principais “desafios interligados” do mundo atualmente, como os efeitos da pandemia de Covid-19, da guerra entre Rússia e Ucrânia, além da pobreza, da desigualdade e do “abastecimento de alimentos e energia limpa a preços acessíveis”.

“Nesse contexto, o aumento do diálogo entre as maiores economias é importante, mas não suficiente. Precisamos de ações com resultados concretos”, disse o ministro da Fazenda.

Haddad também demonstrou preocupação com os “níveis de endividamento” dos países pobres e em desenvolvimento. “A elevação dos juros em meio à fragilidade da economia mundial agrava o cenário. Devemos continuar o trabalho que está sendo realizado no marco comum e outros esforços de coordenação coletiva. Ter mecanismos para uma reestruturação ordenada e oportuna é do interesse de credores e devedores”, salientou.

Às vésperas de o Brasil assumir a presidência do G20, a partir do ano que vem (a Índia comanda o grupo neste momento), Haddad defendeu a reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento.

“Concordamos com as prioridades propostas pela presidência indiana. Mantendo o foco na prosperidade compartilhada e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e devemos aprofundar as discussões sobre reformas nos bancos multilaterais de desenvolvimento, que reforcem seu papel de formar parcerias e canalizar recursos para lidar com o clima, a alimentação e a pobreza”, disse.

“Essas instituições devem ser bem capitalizadas e flexíveis para apoiar os países em desenvolvimento com financiamento de longo prazo, taxas de juros adequadas e estruturas inovadoras para reduzir riscos, estimular parcerias público-privadas e atrair investimentos privados. Também é importante que avancemos nas propostas de mobilização de recursos adicionais que estão sobre a mesa.”

Compromissos sobre clima e infraestrutura

Em seu pronunciamento na reunião dos ministros da Economia do G20, Haddad defendeu ainda que os países desenvolvidos cumpram as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, de 2015.

“É fundamental que os países desenvolvidos cumpram os compromissos estabelecidos pelo Acordo de Paris e a ambição declarada em Glasgow e no Egito, incluindo o aumento de recursos para mitigação e adaptação. No caso brasileiro, gostaria de destacar o compromisso renovado do presidente Lula de acabar com o desmatamento até 2030”, prometeu Haddad.

“Na infraestrutura, os investimentos nas cidades são fundamentais para apoiar um desenvolvimento equilibrado e inclusivo, baseado em soluções sustentáveis de baixo carbono e que respeitem a natureza. Como ex-prefeito da maior cidade do Brasil, saúdo a Índia por buscar soluções centradas na cidade.”

Ainda nesta sexta, o ministro da Fazenda tem uma série de reuniões bilaterais com ministros da Economia de países como França, Índia, Argentina, África do Sul, Espanha, além de representantes da União Europeia.

Além do Brasil, o G20 é composto por África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Europeia.

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