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Powell descarta cortes e sugere novo “aperto da política monetária”

Presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afasta chance de queda da taxa de juros nas próximas reuniões e fala em “política restritiva”

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Samuel Corum/Getty Images
Imagem de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, em um púlpito, fazendo um pronunciamento - Metrópoles
1 de 1 Imagem de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, em um púlpito, fazendo um pronunciamento - Metrópoles - Foto: Samuel Corum/Getty Images

O presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos), Jerome Powell, descartou nesta quarta-feira (1º/11) a possibilidade de a autoridade monetária americana iniciar um ciclo de corte da taxa de juros em um futuro próximo.

O chefe do Fed concedeu entrevista coletiva depois do anúncio da manutenção dos juros no intervalo entre 5,25% e 5,5% ao ano, pela segunda reunião consecutiva do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc). Os juros americanos permanecem no maior patamar em 22 anos.

Segundo Powell, o aquecimento da economia americana acima do que seria desejável, principalmente com a força do mercado de trabalho, “poderá colocar em risco novos progressos na inflação e justificar um maior aperto da política monetária”.

“Continuaremos a tomar as nossas decisões, reunião a reunião, com base na totalidade dos dados recebidos e nas implicações para as perspectivas, a atividade econômica e a inflação, bem como o equilíbrio dos riscos”, afirmou o presidente do Fed.

Na entrevista coletiva, Powell afastou, pelo menos por enquanto, a hipótese de queda da taxa de juros nos EUA.

“Não estamos falando de cortes nas taxas. Ainda estamos muito concentrados na primeira questão, ou seja, conseguimos uma postura de política monetária que seja suficientemente restritiva para reduzir a inflação ao longo do tempo de forma sustentável?”, indagou Powell.

“Manteremos uma política restritiva até estarmos confiantes de que a inflação está em um caminho sustentável até 2%. Mas, honestamente, neste momento, estamos fortemente focados na primeira questão. A questão dos cortes nas taxas não surge porque é muito importante fazer com que a primeira questão seja a mais correta possível”, prosseguiu o presidente do Banco Central dos EUA.

O caminho seguido pelo Fed

Na última reunião do Fomc, em setembro, a taxa de juros já havia sido mantida nessa faixa. No encontro anterior, em julho, o Fed aumentou os juros em 0,25 ponto percentual.

No mês anterior, o comitê havia feito uma pausa no aperto monetário, mas indicando que novas altas poderiam vir na sequência. Antes de interromper o ciclo de alta dos juros, em junho, o Fed aumentou a taxa 10 vezes consecutivas, a partir de março de 2022.

Nas últimas 14 reuniões do Fomc, contando a desta quarta, houve elevação dos juros em 11 e manutenção da taxa em três.

“O sistema bancário dos EUA é sólido e resiliente. Condições financeiras e de crédito mais restritivas para famílias e empresas deverão pesar sobre a atividade econômica, as contratações e a inflação. A extensão desses efeitos permanece incerta. O comitê permanece muito atento aos riscos de inflação”, diz a autoridade monetária americana no comunicado que acompanha a decisão.

“Ao determinar a extensão do reforço adicional da política que pode ser apropriado para fazer regressar a inflação a 2% ao longo do tempo, o comitê terá em conta o aperto cumulativo da política monetária, as defasagens com que a política monetária afeta a atividade econômica e a inflação, e os fatores econômicos e financeiros”, prossegue o comunicado do Fed.

“O comitê está preparado para ajustar a orientação da política monetária conforme apropriado, caso surjam riscos que possam impedir a consecução dos objetivos do comitê. As avaliações do comitê terão em conta uma vasta gama de informações, incluindo leituras sobre as condições do mercado de trabalho, pressões inflacionárias e expectativas de inflação, além de desenvolvimentos financeiros e internacionais.”

Inflação nos EUA

A elevação da taxa de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para conter a inflação.

Dados divulgados pelo Departamento do Trabalho do governo americano mostram que a inflação no país foi de 3,7% em setembro, na comparação anual, mesmo índice do mês anterior. O resultado veio em linha com as estimativas do mercado. A meta de inflação nos EUA é de 2% ao ano.

A expectativa do mercado era que o Fed mantivesse os juros inalterados, mas um novo aumento de 0,25 ponto percentual é considerado quase certo para o último encontro do colegiado no ano, em dezembro.

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