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Gleisi: “O problema é a política de preços da Petrobras”

“A Petrobras virou uma empresa de distribuição de lucros e dividendos. Não pode ser isso”, afirmou Gleisi Hoffmann, presidente do PT

atualizado

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Gustavo Moreno/ Metrópoles
gleisi hoffmann presidente do PT
1 de 1 gleisi hoffmann presidente do PT - Foto: Gustavo Moreno/ Metrópoles

Poucos minutos após a indicação do senador Jean Paul Prates (PT-RN) para o comando da Petrobras, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que o futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva colocará em debate a proposta de mudança na atual política de preços de combustíveis da companhia, que está vinculada à flutuação do valor praticado no mercado internacional.

A paridade internacional para os preços dos combustíveis passou a ser adotada em 2016, no governo de Michel Temer (MDB). Gleisi faz coro ao discurso de Prates, também crítico à política de preços da Petrobras, e ao próprio Lula, que disse algumas vezes, durante a campanha eleitoral, que pretendia retomar o modelo antigo.

Ainda segundo Gleisi, o ideal seria que o atual governo editasse uma Medida Provisória (MP) que prorrogasse a desoneração de combustíveis por pelo menos 90 dias.

“Eu defendo que haja uma prorrogação de pelo menos uns três meses, para vermos como está a política de preços da Petrobras. O problema não é a questão do tributo. O problema é a política de preços da Petrobras, a dolarização que aconteceu. Isso tem um impacto monumental. A Petrobras virou uma empresa de distribuição de lucros e dividendos. Não pode ser isso”, criticou Gleisi, em entrevista à GloboNews.

“Nós tínhamos uma outra política de preços para a Petrobras, em que você fazia um ‘mix’ entre o que se importava e o que se produzia. Não se dolarizava tudo, havia uma mediação. Temos que voltar a fazer isso. Não tem justificativa dolarizar a produção interna, tudo ser cotado em dólar. É um preço muito alto para a população”, afirmou a presidente do PT.

Gleisi elogiou a indicação de Jean Paul Prates, que, segundo ela, fará uma “reconstrução” da Petrobras. Questionada sobre os escândalos de corrupção que abalaram a empresa durante os governos petistas – investigados pela Operação Lava Jato –, Gleisi isentou o partido de responsabilidade pelos malfeitos.

“A corrupção não se deu pelas mãos de gente do PT na Petrobras. Os diretores envolvidos não eram do PT, eram do PP e de outros partidos, era gente que estava lá há muito tempo”, disse.

Governo não será liberal

Na entrevista, a deputada federal afirmou que o terceiro governo de Lula não seguirá uma cartilha liberal na economia. “O governo tem de seguir a linha pela qual foi eleito. O governo não foi eleito por uma linha liberal. Aliás, nem a campanha do Bolsonaro era liberal na economia”, afirmou.

A presidente do PT minimizou a possibilidade de eventual choque entre os ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Simone Tebet, do Planejamento – adepta de uma linha liberal e mais amigável ao mercado.

“Todas as propostas que nós fizemos, e o povo concordou, eram de dar resultado à vida do povo. Se for para entrar em um governo e não dar resposta para combater a fome e gerar emprego, é melhor não entrar. Não acredito que haja divergências dessa natureza”, disse Gleisi.

Segundo a presidente do PT, “Lula sempre foi muito responsável fiscalmente”. “Ele fez um governo em que tivemos redução da dívida pública, superávit primário em todos os anos e recursos colocados à disposição do povo, e a economia girou”, finalizou.

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