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Ações da Oi despencam após indicação de nova recuperação judicial

Por volta das 10h30, a ação da Oi recuava 23%, a R$ 1,83; empresa indicou à Justiça que deve preparar um novo pedido de recuperação judicial

atualizado

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1 de 1 oi_telefonia - Foto: Divulgação

As ações da Oi (OIBR3) registram forte queda na sessão desta quinta-feira (2/2), em meio à expectativa do mercado por um novo pedido de recuperação judicial da empresa.

Por volta das 10h30, a ação ordinária da Oi recuava 23%, a R$ 1,83, segundo informações da Bolsa de Valores brasileira (B3). A ação preferencial caía 19%, a R$ 4,11.

Como o Metrópoles noticiou mais cedo, a Oi pediu proteção judicial contra os credores, o que, na prática, deve servir como base para um novo pedido de recuperação judicial da companhia. O documento foi encaminhado à 7ª Vara Empresarial, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ). A dívida da Oi supera R$ 29 bilhões.

“Infelizmente, diversos fatores imprevisíveis, não controláveis, e a sua situação econômico-financeira atual tornaram imprescindível recorrer à proteção judicial para implementar nova etapa de sua reestruturação e garantir a preservação da empresa, enquanto grande geradora de empregos e renda”, diz o documento.

“Apesar do inquestionável sucesso da primeira recuperação judicial, que, por meio da mudança de seu plano estratégico de atuação, com novo foco de operações voltado a serviços de fibra ótica e incluindo a transferência para outros investidores de parte de seus negócios, permitiu a redução substancial de seu endividamento total, a estrutura de capital da companhia continua insustentável”, alega a empresa.

De acordo com o documento apresentado à Justiça, a Oi não possui recursos suficientes para pagar uma dívida que vence no dia 5 de fevereiro, com “mais de US$ 82 milhões devidos a título de juros para os bondholders”. Isso levaria ao vencimento antecipado “da quase totalidade da dívida financeira” da companhia, o que justificaria o pedido de proteção judicial.

“Antes de recorrer novamente ao pedido de recuperação judicial, o Grupo Oi investiu tempo e dinheiro nos últimos meses, inclusive com assessores financeiros e jurídicos especializados, na tentativa de chegar a um acordo extrajudicial com seus principais credores financeiros (…) para melhorar seu perfil de endividamento e continuar o compromisso da companhia em prosseguir com a execução de seu plano estratégico cautelar (…). Infelizmente, não foi possível alcançar um acordo final com os principais credores financeiros”, diz a empresa à Justiça.

Recuperação judicial

Depois de mais de seis anos de negociações com credores, o processo de recuperação judicial da operadora de telefonia Oi foi finalmente concluído, em dezembro do ano passado.

A Oi entrou com um pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio em 2016. Na época, a empresa devia mais de R$ 65 bilhões e as negociações com os credores não haviam avançado.

Em 2017, os credores aprovaram o plano de recuperação judicial, que acabou reduzindo os passivos em 40% por meio da conversão de dívidas em participação acionária na companhia.

Convocação de assembleia

Na semana passada, um grupo de acionistas da Oi apresentou um pedido de convocação de uma assembleia geral extraordinária para discutir possíveis mudanças no Conselho de Administração da companhia.

O grupo solicita, entre outros pontos, a diminuição do número de membros do conselho (de nove para sete), a destituição da atual diretoria do colegiado e a eleição de novos membros com mandatos unificados de dois anos.

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