metropoles.com

Zelensky pede que países não cedam à “chantagem” de Putin

Presidente da Ucrânia disse que não acredita que a Rússia cumpra, de fato, a ameaça de usar armas nucleares na guerra

atualizado

Compartilhar notícia

Emin Sansar/Anadolu Agency via Getty Images
presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, realiza uma conferência de imprensa em Kiev, Ucrânia
1 de 1 presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, realiza uma conferência de imprensa em Kiev, Ucrânia - Foto: Emin Sansar/Anadolu Agency via Getty Images

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu aos países que apoiam a Ucrânia na guerra contra a Rússia que não “sejam chantageados” pelas ameaças do presidente Vladmir Putin, feitas nesta quarta-feira (21/9). O líder russo convocou mais cidadãos para o confronto e disse que pode usar armas nucleares caso a soberania do país seja ameaçada. “Não é blefe”, afirmou.

Na visão do líder ucraniano, qualquer recuo pode dar um sinal verde para que o Kremlin avance sobre o território vizinho e conquiste mais regiões, aumentando o poder de influência no conflito.

“Não acredito que ele vá usar essas armas [nucleares]. Eu não acho que o mundo vá permitir que ele faça isso”, defendeu Zelensky, em entrevista ao canal alemão Bild TV, reproduzida pelo portal The Guardian. 

O presidente ucraniano reforçou as acusações, e disse que Putin quer “afogar a Ucrânia em sangue, inclusive no sangue dos próprios soldados”.

Ameaça de arma nuclear

Em pronunciamento à população, nesta quarta (21), Putin decretou a primeira mobilização do país desde a Segunda Guerra Mundial. A intenção do Kremlin é convocar 300 mil cidadãos – que já tiveram alguma experiência militar – para a guerra contra a Ucrânia.

O líder russo frisou que, caso seja ameaçado, vai usar o arsenal que tiver disponível para retaliar.

Líderes mundiais estão reunidos esta semana para a 77ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos. Em discurso nessa terça-feira (20), o presidente da França, Emmanuel Macron, chamou a guerra de Moscou de retorno ao “imperialismo”.

Segundo o porta-voz da Comissão Europeia, Peter Stano, os países do continente estão debatendo como responder aos últimos acontecimentos na guerra da Rússia na Ucrânia. Ele adicionou que a Rússia será informada de que haverá “consequências de nossa parte”, em uma eventual ofensiva nuclear.

Motivação

A medida ocorre um dia após quatro regiões controladas por Moscou no leste e no sul da Ucrânia anunciarem que farão referendos para fazer parte da Rússia. As duas regiões separatistas do Donbas, Donetsk e Luhansk, juntamente com Kherson e Zaporizhzia, pretendem conduzir as votações ainda nesta semana, em um ato que busca impedir as investidas ucranianas para retomar essas áreas.

Na prática, caso a população aprove a anexação, Moscou passaria a considerar as quatro regiões como parte de seu próprio território. Em caso de investida ucraniana contra essas áreas, Putin entenderia como ataque à nação russa, o que poderia provocar retaliações, inclusive com armas nucleares.

O mandatário disse que seu objetivo é “libertar” a região do Donbass, no leste da Ucrânia. E afirmou que a maioria das pessoas que vivem em regiões sob controle russo não quer mais ser governada por Kiev.

Compartilhar notícia