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Ucrânia pede “corredor verde” para refugiados após aumento de ataques

ONU contabiliza mais de um milhão de fugas da Ucrânia desde o início da invasão russa ao país, em 24 de fevereiro

atualizado

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Andreas Rentz/Getty Images
Famílias de refugiados afegãos fogem de Cabul pelo Aeroporto Internacional Washington Dulles
1 de 1 Famílias de refugiados afegãos fogem de Cabul pelo Aeroporto Internacional Washington Dulles - Foto: Andreas Rentz/Getty Images

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em uma conversa com jornalistas em Kiev, fez um apelo para a criação do que chamou de “corredor verde” para refugiados ucranianos. O país vive o oitavo dia de guerra.

Na entrevista, feita por um pool da imprensa internacional, Zelensky admitiu que muitos civis estão morrendo e outras tentam fugir. “Precisamos de uma corredor verde para as pessoas saírem de Kharkiv. Carros com pessoas saindo foram baleados”, comentou.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU), contabiliza mais de um milhão de fugas da Ucrânia desde o início da invasão russa ao país, em 24 de fevereiro.

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Crematórios para militares

Zelensky se comoveu ao comentar o uso de crematórios pelo Exército russo durante os conflitos. “Me envergonho que em 2022 vejamos atos nos quais as pessoas esquecem apocalipses e o fim do mundo. Esquecem. As ações russas são o fim do mundo. Os russos trouxeram crematórios. Eles estão carregando isso para si próprios”, comentou.

Ele fez um desabafo emocionante. “Não quero que as mães russas não saibam onde seus filhos morreram e onde foram cremados. Você não pode mantar pessoas para a guerra e pode não ter nenhum sentimento pela morte delas”, frisou.

O presidente afirmou que está preocupado com a guerra, que teme pela própria vida e que tem dormido no máximo três horas por noite. A Ucrânia vive o oitavo dia bombardeios. “O mundo demorou para ajudar a Ucrânia, mas apoio dá força”, ponderou.

Ele acrescentou: “A questão é que somos o muro entre os russos e a civilização. Estamos defendendo o nosso país. Não estamos tirando nada de ninguém. Tenho medo da Ucrânia não existir mais”, salientou.

A entrevista foi concedida horas após o presidente russo, Vladimir Putin, fazer novas ameaças. Em declarações que elevam a crise no Leste Europeu,  Putin radicalizou e garantiu que as tropas da Rússia devem continuar os combates. A Ucrânia vive oitavo dia de guerra.

Nesta quinta-feira, em pronunciamento transmitido do Kremlin, sede do governo russo, Putin alertou: “Os objetivos da operação da Rússia na Ucrânia serão alcançados em qualquer caso”, afirmou a integrantes do governo.

Na prática, Putin quer a desmilitarização do país, isso envolve a posse de armas nucleares, e a adoção de um status neutro sobre a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Putin ordenou que as tropas intensifiquem os bombardeios. Os ataques têm causado cada vez mais mortes e atingido grandes centro habitados.

Ataques e negociação

Os novos ataques do Exército acontecem a poucas horas de nova rodada de negociações entre Ucrânia e Rússia para eventual cessar-fogo e retirada das tropas russas. A conversa ocorrerá em Brest, em Belarus.

Na noite dessa quarta-feira, o Ministério da Defesa ucraniano informou a morte de seis pessoas, entre elas duas crianças. O ataque a Izium, na região de Kharkiv, teria começado às 23h59 (horário da Ucrânia).

Além de Kiev, capital ucraniana e coração do governo, Chemihiv, Ivankiv, Zhytomyr, Lviv, Chemowitz, Kherson, Odessa, Mykolaiv, Kamianske, Dnipro, Kharkiv, Mariupol, Belgorod, Boryspil e Chernobyl estão sob a mira dos russos.

Mapa regiões atacadas Ucrânia
Mapa ilustra os locais onde o país foi atacado

Segundo os serviços de saúde ucraniano, só em Kharkiv pelo menos 34 civis morreram nas últimas 24 horas.

Os russos sitiaram Kiev, capital ucraniana e centro do governo nacional. O Exército diz ter dominado Kherson durante a madrugada dessa quarta-feira. Um único ataque matou 21 pessoas em Kharkiv.

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