Turquia investiga “enforcamento” de boneco de Erdogan na Suécia

Suécia afirma que ato foi idealizado por grupos curdos, em uma tentativa de barrar o ingresso do país na Otan

atualizado 13/01/2023 11:57

Christoph Soeder/Getty Images

O Ministério Público da Turquia abriu um inquérito para investigar um protesto realizado em Estocolmo, na Suécia. Na quarta-feira (11/1), um boneco de Recep Tayyip Erdogan, presidente turco, foi pendurado de cabeça para baixo próximo à Prefeitura da capital sueca.

Nas imagens, divulgadas nas redes sociais, um boneco do presidente da Turquia aparece de cabeça para baixo, enquanto um grupo canta a música “Bella Ciao”.

A cena remete à morte do ditador italiano Benito Mussolini, enforcado em 1945. O Comitê Sueco de Solidariedade para Rojava compartilhou o vídeo pela primeira vez no Twitter, e assumiu a autoria da ação.

Autoridades suecas acusaram grupos curdos de serem os responsáveis pelo ato, em uma tentativa de barrar o ingresso da Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

“Eu diria que isso é uma sabotagem contra a aplicação sueca na Otan. É perigoso para a segurança sueca agir dessa maneira”, afirmou o primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, em entrevista à emissora TV4.

Ingresso da Suécia na Otan

A tensão diplomática entre os dois países cresceu após Erdogan condicionar a entrada da Suécia e da Finlândia à Otan ao combate de grupos considerados terroristas pela Turquia, entre eles organizações curdas que lutam pela independência do território autônomo de Rojava, próximo à fronteira com a Turquia. Vale lembrar que, para ingressar no aliança militar, todos os 30 países membros precisam votar a favor da inclusão de um novo membro. 

Após o incidente, Mevlut Cavusoglu, ministro das Relações Exteriores da Turquia, disse considerar o ato como uma ameaça que colocava “minas no caminho da adesão da Suécia à Otan”.

“É decisão da Suécia se quer limpar essas minas ou pisá-las conscientemente”, afirmou o ministro em entrevista à mídia estatal turca.

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