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ONU aprova nova resolução que responsabiliza a Rússia pela guerra

Embaixadores, inclusive do Brasil, responsabilizaram o país comandado por Vladimir Putin pela “crise humanitária” provocada pela guerra

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Andriy Dubchak / dia images via Getty Images
Foto de bombeiros ucranianos em meio aos escombros de shopping na capital, Kiev, após bombardeio de forças russas - Metrópoles
1 de 1 Foto de bombeiros ucranianos em meio aos escombros de shopping na capital, Kiev, após bombardeio de forças russas - Metrópoles - Foto: Andriy Dubchak / dia images via Getty Images

A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma nova resolução que responsabiliza a Rússia pela guerra na Ucrânia. Nesta quinta-feira (24/3), data que o conflito completa um mês, os embaixadores responsabilizaram o país comandado por Vladimir Putin pela “crise humanitária” provocada pela guerra.

Foram 140 votos a favor, cinco contra e 38 abstenções. O Brasil votou a favor da resolução. O texto prevê o envio de ajuda humanitária, mas não há mais detalhes.

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Na direção contrária, a Assembleia Geral se negou a votar uma resolução que “eximia” a Rússia pelo início do conflito da Ucrânia. Na prática, o documento funcionaria como um “perdão” pela guerra.

O texto foi proposto pela África do Sul, mas não chegou a ser votado após ser rechaçado por 67 países na Assembleia, seguindo pedido da Ucrânia. A Rússia apresentou um texto semelhante. A Assembleia Geral da ONU tem 193 integrantes.

Mortos na guerra

No dia em que a guerra na Ucrânia completa um mês, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um número preocupante: 1.035 civis perderam a vida durante os bombardeios.

Nesta quinta-feira, o escritório de direitos humanos informou ainda que ao menos 90 crianças estão entre os mortos. Outras 1.650 pessoas se feriram.

A ONU reconhece a subnotificação dos números, uma vez que é difícil obter relatórios de áreas que estão sob intenso bombardeio.

Antes, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) disse, em comunicado, que 4,3 milhões de crianças — portanto, mais da metade dos menores de 18 anos no país, estimados em 7,5 milhões — tiveram de deixar suas casas. Do total, ao menos 1,8 milhão refugiou-se em outros países.

Os Estados Unidos e a União Europeia (UE) articulam uma série de medidas contra a Rússia e seu líder, Vladimir Putin

O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, acusou a Rússia de não ter interesse em negociar um cessar-fogo na Ucrânia.

Clique aqui e leia a cobertura completa da guerra na Ucrânia. 

“Neste momento, a Rússia não quer sentar e negociar nada: o que quer é ocupar o terreno”, salientou Borrell após reunião da cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

O conselheiro de segurança nacional norte-americano, Jake Sullivan, adiantou o que pretende o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e confidenciou que a maior preocupação é com ataques cibernéticos russos e o uso de armas químicas.

“É importante porque tudo será decidido nos próximos 15 dias. O que vai fazer história é a capacidade dos ucranianos de resistir”, frisou.

Recados

A cúpula da Otan mandou recados duros a dois países aliados do presidente russo, Vladimir Putin. A entidade militar advertiu China e Belarus, além de dizer que as nações são “cúmplices” da guerra na Ucrânia.

Nesta quinta-feira (24/3), a guerra completa um mês e os líderes da Otan estão reunidos em Bruxelas. Ocorre que foi justamente o desejo da Ucrânia de entrar na organização que deu início à invasão russa, em 24 de fevereiro.

O grupo está preocupado com a guerra. “Temos a responsabilidade de assegurar que o conflito não escale”, disse o secretário-geral, Jens Stoltenberg.

Ele advertiu a China a não apoiar Vladimir Putin, seu aliado, e disse que a ditadura de Belarus tem de parar de ser cúmplice de Moscou.

A declaração ocorre em meio a rumores de que Pequim está fornecendo ajuda militar e econômica a Moscou para auxiliar na guerra na Ucrânia.

Belarus passou a centralizar uma polêmica internacional após sofrer acusações de facilitar a invasão e depois ter executado ataques contra a Ucrânia com mísseis.

Dia decisivo

A tensão global tem atingido níveis estratosféricos com a falta de entendimento entre russos e ucranianos e a deterioração das relações político-diplomáticas envolvendo outras nações, como Estados Unidos, Rússia e China.

A quinta-feira tem intensa agenda internacional: haverá reunião da cúpula da Otan, do conselho da União Europeia e do G7 — grupo dos países mais ricos do mundo.

Os encontros debaterão a instabilidade geopolítica atual. Novas sanções contra a Rússia, o risco do uso de armas nucleares e o fortalecimento da defesa mundial são as principais pautas divulgadas até o momento.

Efeito Biden

O presidente dos EUA, Joe Biden, foi aos encontros. A participação é simbólica e estratégica. Esta é a primeira visita de Biden ao continente após o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro.

Biden, em um recado diplomático importante, visitará na sexta-feira (25/3) tropas militares da Otan na Polônia — país que faz fronteira com a Ucrânia e é integrante da aliança atlântica.

A Polônia sugeriu que a Rússia seja excluída do G20, o grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia.

A tensão nos arredores da Polônia ficou maior na última semana, com o primeiro bombardeio a Lviv, cidade a poucos quilômetros da fronteira polonesa. O ataque deixou o mundo em alerta.

Como a cidade é próxima da Polônia, se a investida seguir e de alguma forma atingir alvos de nações amigas da Ucrânia, mesmo que não intencionalmente, isso poderia fazer o conflito escalar dramaticamente.

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