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Israel x Hamas: guerra vai ao 3º mês com cenário apocalíptico em Gaza

Enquanto Israel intensifica ações ao sul de Gaza, a crise humanitária se agrava e o número de mortos aumenta

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Mahmoud Sabbah/Anadolu via Getty Images
Imagem colorida mostra destruição em campo de refugiados após ataque de israel - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra destruição em campo de refugiados após ataque de israel - Metrópoles - Foto: Mahmoud Sabbah/Anadolu via Getty Images

A guerra entre Israel e o Hamas completa dois meses nesta quinta-feira (7/12). O conflito soma mais de 16 mil mortos, enquanto a quantidade de feridos passa dos 43 mil.

Ainda que sob acusações de violação ao direito internacional, o governo israelense e o grupo extremista levam as ofensivas ao terceiro mês, sem dar sinais de que a Faixa de Gaza terá paz a curto prazo.

Houve, porém, um recrudescimento nas conflitos no enclave palestino. As Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram, no início desta semana, que as incursões terrestres ocorreriam ao sul da região. A iniciativa pegou de surpresa palestinos que deixaram o norte da Faixa de Gaza, justamente para se proteger da ofensiva terrestre promovida por Israel.

De acordo com relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, sigla em inglês), divulgado nessa terça (5/12), mais de 1,93 milhão de palestinos se deslocaram internamente para fugir do conflito. O número representa cerca de 78% de toda a população que vive na Faixa de Gaza.

O alto comissário de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Volker Turk, afirmou, nessa quarta (6/12), que os relatos que chegam de Gaza dão conta de uma situação “apocalíptica”. Ele ainda afirmou que há risco intensificado de “crimes atroses”.

“É necessário tomar urgentemente medidas, tanto pelas partes envolvidas como por todos os Estados, especialmente aqueles com influência, para prevenir tais crimes. A comunidade internacional precisa insistir com uma só voz em um cessar-fogo, imediatamente, por razões humanitárias e de direitos humanos”, disse Turk a jornalista em Genebra, na Suíça.

Um passo importante, e raro, dado nessa quarta partiu do secretário-geral da ONU, António Guterres, ao invocar o artigo 99, da Carta das Nações Unidas. O mecanismo prevê que o secretário-geral pode chamar a atenção do Conselho de Segurança para qualquer assunto que considere ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacionais.

“Enfrentamos um grave risco de colapso do sistema humanitário. A situação está a deteriorar-se rapidamente para uma catástrofe, com implicações potencialmente irreversíveis para os palestinianos no seu conjunto e para a paz e segurança na região. Tal resultado deve ser evitado a todo custo”, escreveu em carta enviada ao colegiado.

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Objetivos de Israel

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nessa quarta que tropas estão cercando a casa do líder do Hamas, Yahya Sinwar, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza. Segundo o premiê, é uma questão de tempo até que ele seja encontrado.

As FDI, no entanto, afirmaram que o líder extremista estaria escondido em túneis subterrâneos. A informação é do The Guardian.

As ações que Israel têm ido na linha do que o premiê indica como objetivos da guerra. Segundo Netanyahu, o conflito busca “libertar os reféns, eliminar o Hamas e garantir que Gaza nunca representará uma ameaça para os residentes de Israel”.

A ofensiva israelense teve início após o ataque surpresa promovido pelo Hamas em 7 de outubro. Na ocasião, o grupo extremista matou 1,2 mil pessoas e levou cerca de 240 reféns. Desde então, o governo de Israel promove uma ofensiva, com bombardeios e incursões terrestres, e um cerco à região.

Nessa terça, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, endossou as acusações feitas pelo primeiro-ministro de Israel, ao afirmar que, enquanto estavam sob domínio do grupo, mulheres foram estupradas.

“Há relatos dos primeiros dias de que o Hamas usou o estupro para aterrorizar mulheres e meninas durante o ataque de 7 de outubro em Israel”, disse Biden, durante comício em Boston.

“É terrível. Relatos de mulheres sendo repetidamente estupradas, tendo os corpos mutilados enquanto ainda estavam vivas; de cadáveres sendo profanados; de terroristas do Hamas inflingindo o máximo de dor e sofrimento a essas mulheres e meninas para depois assassiná-las. É repugnante.”

Fim da trégua

Na última sexta-feira (1°/12), chegou ao fim a trégua negociada entre Israel e o grupo extremista Hamas. A interrupção nos bombardeios e incursões terrestres durou sete dias, de 24 a 30 de novembro, o que permitiu a libertação de reféns e a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Durante a vigência do acordo, o Hamas libertou 105 reféns que haviam sido capturados no ataque de 7 de outubro a Israel. Desse grupo, 81 são israelenses, e 24, estrangeiros, sendo estes negociados fora do acordo. Ainda assim, Israel estima que o número de reféns ainda sob custódia do Hamas e de outros grupos da região seja de 137.

O acordo firmado entre os dois lados do conflito previa que, em troca da libertação de reféns, Israel soltasse prisioneiros e detidos palestinos. Somados os sete dias de trégua, o lado israelense permitiu a soltura de 240 prisioneiros. A maior parte dos palestinos soltos é formada por mulheres e menores de 18 anos.

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Além disso, houve um incremento significativo na entrada de ajuda humanitária em Gaza, o que representou um alívio na situação de crise humanitária instalada na região. A população do enclave palestino, estimada em mais de 2 milhões, lida com escassez de água, alimentos, remédios e combustíveis em razão de um cerco promovido por Israel.

Segundo Netanyahu, a trégua chegou ao fim pelo Hamas ter violado os termos do acordo, ao não concordar com a libertação de mais reféns. De acordo com o gabinete do premiê, o Hamas não libertou todas as mulheres reféns e ainda lançou foguetes contra Israel.

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