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Em ruínas e sob domínio da Rússia, Mariupol vira cidade fantasma

Imagens de prédios e ruas destruídos passaram a rodar — e assombrar — o mundo. Presidente ucraniano diz que situação é “muito difícil”

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Leon Klein/Anadolu Agency via Getty Images
Edifício danificado na cidade ucraniana de Mariupol sob o controle de militares russos e separatistas pró-russosEdifício danificado na cidade ucraniana de Mariupol sob o controle de militares russos e separatistas pró-russos
1 de 1 Edifício danificado na cidade ucraniana de Mariupol sob o controle de militares russos e separatistas pró-russosEdifício danificado na cidade ucraniana de Mariupol sob o controle de militares russos e separatistas pró-russos - Foto: Leon Klein/Anadolu Agency via Getty Images

Sitiada há mais de 40 dias e sob fortes bombardeios, Mariupol se tornou o maior retrato da devastação que uma guerra pode causar.

O local, antes habitado por mais de 400 mil pessoas, agora se tornou uma cidade fantasma. A Rússia tomou o controle de todas as áreas urbanas ou do que sobrou delas. O confronto completa, neste domingo (17/4), 53 dias.

Imagens de prédios em ruínas e ruas destruídas passaram a rodar — e assombrar — o mundo. Milhares de civis fugiram da cidade. Os que resistiram, vivem em condições desumanas.

Nas últimas 30 horas, Mariupol se tornou epicentro da crise na Ucrânia. A tensão cresceu de tal forma que até ameaça de matança de soldados foi feita.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em entrevista ao portal de notícias Ukrainska Pravda, classificou a situação na cidade como “muito difícil”. “Nossos soldados estão bloqueados, os feridos estão bloqueados. Há uma crise humanitária”, admitiu, nesse sábado (16/4).

O porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, afirmou que apenas “alguns soldados ucranianos ainda estariam ocupando uma fábrica na periferia de Mariupol”.

Pressionando pela rendição, o líder separatista pró-Rússia de Donetsk, Denis Pushilin, ameaçou “eliminar” todos os soldados na cidade. “Os nacionalistas, ou seja, os membros do batalhões nacionalistas, parecem não ter intenção de se renderem”, frisou Pushilin em Mariupol.

No meio da desgraça, o homem mais rico da Ucrânia, o empresário Rinat Akhmetov, prometeu reconstruir a cidade. “Mariupol é uma tragédia global e um exemplo global de heroísmo. Para mim, tem sido e será sempre uma cidade ucraniana”, frisou.

Cidade em colapso

A cidade portuária vive o recrudescimento dos combates, onde tropas russas e ucranianas se enfrentam pelo controle do local.

Na sexta-feira (15/4), a Rússia admitiu que usou mísseis de longo alcance para atacar. É a primeira vez que esse tipo de armamento é usado na cidade. A informação foi divulgada pelo porta-voz do Ministério da Defesa da Ucrânia, Oleksandr Motuzyanyk.

Enquanto uma trégua fica cada vez mais improvável, autoridades ucranianas acusaram o exército russo de matar 21 mil pessoas em Mariupol.

Segundo a prefeitura, 90% dos prédios foram danificados, e 40%, destruídos, incluindo hospitais, escolas, creches e fábricas.

Sob ataques constantes e em colapso, a cidade é o último grande centro ucraniano a resistir na faixa entre a Crimeia e o território russo.

A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), entidade militar liderada pelos Estados Unidos.

Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança. Sob essa alegação, invadiu o país liderado por Zelensky, em 24 de fevereiro.

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