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Anistia Internacional critica possível acordo entre UE e Turquia

Organização pediu que líderes coloquem direitos dos refugiados acima de interesse em proteger fronteiras

atualizado

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IFRC – Hungria
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1 de 1 refugiados_hungria20150905_0002 - Foto: IFRC – Hungria

A Anistia Internacional criticou o possível acordo entre a União Europeia (UE) e a Turquia, com o objetivo de conter o fluxo de imigrantes que chegam ao continente europeu. Neste sábado, a organização pediu que os líderes da UE coloquem os direitos dos refugiados acima de preocupações de proteger fronteiras.

O comunicado foi divulgado um dia antes de a chanceler alemã Angela Merkel chegar à Turquia para entregar a proposta da União Europeia ao presidente Recep Tayyip Erdogan e ao primeiro-ministro Ahmet Davutoglu.

Autoridades afirmam que o acordo deve envolver um pacote de pelo menos 3 bilhões de euros (US$ 3,4 bilhões) para ajudar a Turquia a receber mais de 2 milhões de refugiados. Além disso, a UE promete facilitar as regras de acesso a visto para cidadãos turcos e acelerar as negociações quanto à entrada da Turquia no bloco.

Em nota, a Anistia Internacional pede que a UE procure formas de promover rotas seguras aos refugiados que tentam chegar à Europa Na avaliação da entidade, a proposta do bloco não considera as dificuldades enfrentadas pelos imigrantes na Turquia e não obriga a UE a oferecer proteção a essas pessoas.

“As negociações entre a União Europeia e a Turquia podem colocar os direitos dos refugiados em um patamar menos importante que o controle das fronteiras, que objetiva impedir que os refugiados cheguem à UE”, afirmou Andrew Gardner, pesquisador da Anistia Internacional na Turquia. “A UE deveria estar buscando formas de oferecer rotas seguras e legais para que os refugiados cheguem”, completou ele.

A Anistia Internacional documentou casos em que a Turquia levava os refugiados de volta à Síria e ao Iraque após eles serem pegos tentando entrar na União Europeia. “Angela Merkel precisa insistir que a Turquia acabe com essa prática antes de tratar o país como um parceiro confiável para gerenciar as fronteiras da UE”, disse Gardner. Fonte: Associated Press.

 

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