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Crise humanitária se agrava em Gaza em meio a “cerco total”

Autoridades palestinas alertam que civis em Gaza estão à beira de “catástrofe humanitária” após cortes de Israel em represália ao Hamas

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Ahmad Hasaballah/Getty Images
Uma explosão em uma torre residencial causada por ataques israelenses no norte da Faixa de Gaza em 12 de outubro de 2023 na Cidade de Gaza, Gaza
1 de 1 Uma explosão em uma torre residencial causada por ataques israelenses no norte da Faixa de Gaza em 12 de outubro de 2023 na Cidade de Gaza, Gaza - Foto: Ahmad Hasaballah/Getty Images

Em meio à escassez de suprimento vitais na Faixa de Gaza, a crise humanitária tem se escalado no enclave à medida que se intensificam os bombardeios israelenses à região, em retaliação ao devastador ataque do Hamas no fim de semana.

Nesta quinta-feira (12/10), palestinos faziam fila em frente a padarias e mercados na tentativa de estocar comida, após passarem a noite cercados pelas ruínas de bairros pulverizados e sem luz, devido a um corte quase total de energia elétrica.

Após a ofensiva do Hamas no último sábado (7/10), o governo em Israel ordenou um “cerco total” à região, interrompendo todo o fornecimento de comida, água, combustível e energia para o enclave, espremido entre Israel, Egito e o Mar Mediterrâneo. Intensos ataques aéreos também miram infraestrutura crítica para a sobrevivência dos residentes.

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Dois terços da eletricidade consumida em Gaza dependiam de fornecimento israelense. Com o corte, o enclave passou a depender exclusivamente de uma termelétrica local, que também ficou sem combustível na quarta-feira, segundo autoridades palestinas. Há temor de que o corte total de energia afete duramente os hospitais locais, já superlotados de feridos nos ataques aéreos.

À rede Al Jazeera o repórter Nedal Samir Hamdouna, baseado em Gaza, disse que as condições no enclave sitiado “se assemelham a um inferno”. “Não tenho palavras para descrever como é terrível a situação aqui”, destacou.

Interrupção de energia e água agravam crise humanitária

Nesta quinta, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) afirmou que o pouco combustível que ainda resta em Gaza para operar geradores deve acabar em algumas horas, afetando inclusive o funcionamento de hospitais.

“À medida que Gaza perde energia, os hospitais perdem energia, colocando em risco os recém-nascidos em incubadoras e pacientes idosos que recebem oxigênio. A diálise renal é interrompida e os raios X não podem ser feitos”, disse Fabrizio Carboni, diretor regional do CICV. “Sem eletricidade, os hospitais correm o risco de se transformar em necrotérios.”

Já a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) alertou para a crise hídrica na região. “Os abrigos estão superlotados e têm disponibilidade limitada de alimentos, itens não alimentares e água potável”, disse o órgão em comunicado.

“Uma crise hídrica está iminente nos abrigos de emergência da UNRWA e ao longo da Faixa de Gaza devido à infraestrutura danificada, falta de eletricidade necessária para operar bombas e usinas de dessalinização e fornecimento limitado de água no mercado local”, continua o texto. “O abastecimento de água não pode ser restabelecido devido ao bloqueio total da Faixa de Gaza pelas autoridades israelenses.”

Mortos e descolados em Gaza

Organizações de ajuda internacional alertaram que o número de mortos em Gaza pode aumentar ainda mais em meio ao cerco, que foi denunciado pela ONU como uma violação do direito humanitário internacional. Em apenas seis dias, a guerra entre Hamas e Israel já deixou mais de 2,5 mil mortos de ambos os lados.

O número de pessoas deslocadas também aumentou cerca de 30% só nas últimas 24 horas. Segundo o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários, 338.934 habitantes da Faixa de Gaza, que tem população de pouco mais de 2 milhões, estão em deslocamento.

Muitos se abrigam em escolas administradas por uma agência de ajuda humanitária das Nações Unidas, sendo que duas delas foram atingidas por ataques aéreos israelenses. Entre os alojados em escolas, estão 13 brasileiros que aguardam retorno ao Brasil.

Apelos da ONU

O representante palestino na ONU, Riyad H. Mansour, fez um apelo pelo envio de ajuda humanitária aos palestinos no enclave, a fim de que se evite uma “catástrofe iminente”.

“Continuaremos o contato com todos, incluindo o Conselho de Segurança, para que a comunidade internacional assuma sua responsabilidade, entre em cena e ponha fim a este ataque contra nosso povo. Mas, mais importante, isso requer – é claro – o envio de assistência humanitária aos 2,3 milhões de palestinos que vivem na Faixa de Gaza. Tem que haver uma intervenção humanitária para evitar uma catástrofe iminente”, disse Mansour.

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