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Moradores do DF relatam terror em Paris e querem voltar para casa. Confira áudio

Já em Brasília, moradores buscam informações sobre parentes na capital francesa. Embaixada organiza “vigília pela liberdade” neste domingo (15/11)

atualizado

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1 de 1 rosaliavale-esta-e1447513026651-crop - Foto: Reprodução/Facebook

Voltar para casa. É tudo o que brasilienses que estão em Paris querem depois do ataque terrorista que matou pelo menos 153 pessoas na capital francesa na sexta-feira (13/11). Um dia após o massacre orquestrado pelo grupo Estado Islâmico, a ordem de não sair para a rua é cumprida à risca.  “Não saímos de casa e não pretendemos sair”, desabafou a aposentada Rosália Peixoto, 57 anos.

Ela e o marido viajaram para uma temporada de dois meses em Paris. Mas, agora, Rosália quer voltar para Brasília: “Só não sabemos se esse é o melhor momento ou se esperamos uma menor movimentação nos aeroportos, uma vez que muitas pessoas estão deixando a cidade”.

Confira o depoimento de Rosália ao Metrópoles:

 

A aposentada relata que o apartamento alugado para a temporada fica próximo aos locais dos ataques. Mas, por sorte, estava em outro lugar no momento. De acordo com ela, “foi extremamente tenso. Fiquei realmente com muito medo, como que esperando uma invasão no lugar”.

Acompanhando pela TV
Se dependesse apenas da sua vontade, a universitária Candida Villa-Lobos também voltaria para Brasília. Ela está na cidade desde julho para estudar. Apesar de morar longe da zona mais atingida pelos ataques, acompanhou tudo pela televisão. “Foi como assistir pela TV o Brasil perdendo de 7 a 0.  O número de mortes foi aumentando e cada vez que olhava, a quantidade se multiplicava. Para mim, era evidente que se tratava de ataque terrorista porque o Estado Islâmico já vinha anunciando seus planos de voltar a atacar a França”.

Segundo a jovem, a capital francesa amanheceu quieta e todos estão com medo. “ As ruas onde estou estão vazias. Está bem quieto. Dá para sentir o clima no ar e a preocupação das pessoas. Antes já tinha medo de usar transporte público. Agora ainda mais”. Apesar de não poder voltar neste momento, Candida acredita que a situação é insustentável.

Eu acabei de chegar, então não posso ir embora. Mas não consigo me imaginar vivendo aqui por muito mais tempo.

Candida Villa-Lobos, universitária

Luiz Carlos Iasbeck, professor de comunicação da Universidade Católica de Brasília, também está em Paris para comemorar seu aniversário. Segundo ele, por intuição decidiu não sair de casa na sexta. “Por alguma intuição, decidi não ir à noite ao Stade de France, assistir França e Alemanha. Fiquei com preguiça e cancelei também o jantar”. Luiz Carlos tinha feito reservas em um restaurante para jantar com a mulher.

“Como esta semana começa a conferência do clima, aqui terá gente do mundo inteiro. Acredito que o atentado foi pensado nessa época por causa do evento”, afirmou Luiz Carlos. Ele disse ainda que as ruas estão bastantes vazias e que as pessoas estão “ressabiadas”.

Preocupação em Brasília
Quem tem familiares em Paris também está em estado de choque. Francês e morador de Brasília há mais de 20 anos, o dono do café Daniel Briand Pâtissier e Chocolatier, na Asa Norte, lamentou os atentados. Daniel Briand tem uma filha de 30 anos, que mora na França. No momento em soube dos ataques dentro da casa de espetáculos Le Bataclan se questionou se a filha poderia estar lá, checou a programação musical e se tranquilizou, pois não faz parte do gosto musical da moça.

Mesmo assim, não conseguiu dormir durante a noite. “Não é só pela minha filha, mas por todos os moradores da França. Ainda não consegui falar com ela, mas estou com o coração tranquilo. Se tivesse acontecido algo, já estaria sabendo”, afirmou Briand. O café, considerado um cantinho da França em Brasília, completa 20 anos nesta quarta (18).

Felipe Menezes/Metrópoles
Policiamento reforçado na Embaixada da França em Brasília*Felipe Menezes/Metrópoles**

 

Vigília pela Liberdade
A população de Brasília iniciou uma série de manifestações em repúdio aos ataques terroristas, que deixaram 153 mortos na França. Na Aliança Francesa, os alunos fizeram um minuto de silêncio antes das aulas iniciadas às 10h, neste sábado (14). Na internet, palavras de apoio e de indignação. No domingo (15), a Embaixada da França organiza uma manifestação em frente à Aliança (708/907 Sul), intitulada “Vigília pela Liberdade”.

A embaixada encaminhou um e-mail para os franceses moradores de Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Recife informando que haverá uma manifestação “para expressar o repúdio à violência, à intimidação e ao ódio, e para reafirmar o compromisso com a liberdade e a democracia”. Embaixador da França e os cônsules gerais afirmam no e-mail que a vigília de Brasília acontecerá, como depois dos ataques em janeiro, em frente à escola de estudo da língua francesa, às 17h.

O Governo do Distrito Federal intensificou o policiamento em torno da embaixada francesa, desde a noite desta sexta.  O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) manifestou repúdio aos atos terroristas. “Expresso minha solidariedade às vítimas, familiares, amigos e ao povo francês. É uma trágica e indignante noite, fruto de um extremismo injustificável”, disse por meio de nota.

 

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