1 de 1 Russos incendeiam maior usina nuclear da Europa
- Foto: Reprodução
A Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, na sigla original) anunciou, nesta sexta-feira (4/3), que colocou o Centro de Incidentes e Emergência da instituição em prontidão em tempo integral devido à “séria situação” que se desenvolve na maior usina nuclear da Europa, a usina de Zaporizhzhia, na Ucrânia. O complexo nuclear foi alvo de intenso bombardeio russo, nessa quinta-feira (3/3), e uma parte pegou fogo.
IAEA puts its Incident and Emergency Centre (@IAEAIEC) in full 24/7 response mode due to serious situation at #Zaporizhzhia Nuclear Power Plant in #Ukraine.
— IAEA – International Atomic Energy Agency (@iaeaorg) March 4, 2022
Caso o incêndio comprometa o resfriamento dos reatores, pode haver uma explosão 10 vezes maior que a do acidente em Chernobyl, em 1986 – até então a maior catástrofe do tipo –, segundo alertou o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba.
“O Exército russo está atirando de todos os lados contra a central. Os russos devem cessar imediatamente o ataque, permitir [a entrada dos] bombeiros e estabelecer uma zona de segurança”, escreveu.
O Serviço de Emergência da Ucrânia informou que o incêndio na usina de Zaporizhzhia começou em um prédio próximo. O local serve de apoio aos funcionários. O fogo teria se alastrado para o perímetro da central nuclear.
Mais cedo, a IAEA já havia anunciado que monitora o incêndio com preocupação e classificou o risco de explosão como “grave situação”.
Um funcionário do governo ucraniano disse à agência internacional de notícias Associated Press que os níveis de radiação no local e nas redondezas estão aumentando em torno de 25% em relação às condições comuns.
3 Cards_Galeria_de_Fotos
A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
Anastasia Vlasova/Getty Images
***foto-estatua-lenin-união-soviética-russia
A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
Agustavop/ Getty Images
***desenho-mapa-russia-eurasia-conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Pawel.gaul/ Getty Images
***foto-bandeira-ucrania-em-monumento
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Getty Images
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Andre Borges/Esp. Metrópoles
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
Poca/Getty Images
***foto-bandeira-russia-ceu-brilhando
A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
Kutay Tanir/Getty Images
***céu-aviões-militares-nevoa-rastro
Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
OTAN/Divulgação
Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
Elena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images
Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
Will & Deni McIntyre/ Getty Images
***russia-ucrania-conflito
O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
Vostok/ Getty Images
***russia-ucrania-conflito
Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
Vinícius Schmidt/Metrópoles
0
Ataques continuam na Ucrânia
As tropas russas estão avançando de forma vertiginosa no território ucraniano. Os balanços apresentados pelos dois países dão dimensão de como as cidades estão sendo invadidas e bombardeadas pelos militares.
Em apenas um dia, as cidades sitiadas por tropas da Rússia subiram de 16 para 26. Os soldados de Vladimir Putin miram em províncias estratégicas e alvos que, se destruídos, causam grande impacto. Civis são alvo das tropas e tentam impedir a aproximação dos soldados com barricadas, como em Lviv.
A Ucrânia vive o oitavo dia de bombardeios. Um nova tentativa de cessar-fogo nessa quinta-feira (3/3) fracassou. Representantes russos e ucranianos se reunirão pela terceira vez nesta sexta-feira (4/3).