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Antes de ser detido, ex-advogado de Trump diz: “Há muito para contar”

Ex-assistente pessoal do presidente dos EUA foi sentenciado à prisão depois de ter se declarado culpado de oito crimes

atualizado

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Spencer Platt/Getty Images
Michael Cohen, ex-advogado de Trump
1 de 1 Michael Cohen, ex-advogado de Trump - Foto: Spencer Platt/Getty Images

Michael Cohen, o ex-advogado pessoal do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (06/04/2019), antes de entrar em uma prisão federal de Nova York, que “ainda há muito para contar”. Cohen começa a cumprir sua sentença de 3 anos após ser condenado por oito crimes.

“Ainda há muito para contar e espero ansiosamente pelo dia em que poderei compartilhar a verdade”, disse Cohen aos veículos de imprensa em frente ao edifício onde reside em Manhattan, antes de entrar no carro rumo à prisão de Otisville.

Além disso, Cohen criticou duramente o presidente, ao afirmar que espera que, quando estiver solto, “o país não tenha xenofobia, injustiça e mentiras” no mais alto escalão.

O ex-advogado do presidente dos EUA foi sentenciado à prisão depois de ter se declarado culpado de oito crimes.

Em dezembro do ano passado, Cohen foi condenado por sonegação de impostos e por mentir no Congresso. Também foi condenado por comprar o silêncio de duas mulheres para que não tornassem públicas as relações que elas teriam tido com o presidente Trump.

Para tentar reduzir sua sentença, ofereceu informações aos investigadores que pudessem comprometer Trump e sua família, incluindo sobre a acusação de interferência russa na disputa presidencial de 2016.

Caso russo
Mas mesmo que o procurador especial Robert Mueller tenha feito referência a Cohen mais de 100 vezes em seu relatório sobre o “caso russo”, os procuradores não mudaram a decisão sobre o ex-advogado do presidente.

A detenção, prevista para 6 de março, foi adiada a pedido da defesa, já que o acusado necessitava de tratamento intensivo para recuperar-se de uma operação cirúrgica séria, sob a supervisão de seu médico. Detalhes sobre a cirurgia não foram revelados.

Filho de um sobrevivente do Holocausto e de uma enfermeira, Cohen será um dos assessores mais próximos do presidente a ser preso por um período considerável depois que Paul Manafort, ex-diretor da campanha Trump, foi condenado a mais de 7 anos de prisão.

A mando do presidente
Cohen trabalhou para a Organização Trump por uma década e insiste em que todos os atos, pelos quais foi condenado, ocorreram a mando do presidente.

Em um recente comparecimento diante do Congresso, o advogado também garantiu que Trump sabia que um de seus colaboradores estava em contato com o site WikiLeaks para a publicação de milhares de correspondências do Partido Democrata, que afetaram a campanha de sua adversária no pleito presidencial de 2016, Hillary Clinton.

Estrela pornô
“Por que eu sou o único?”, questionou em uma entrevista à revista The New Yorker. “Não trabalhei para a campanha. Trabalhava para ele. Por que eu sou o único que vai para a cadeia? Não fui eu quem dormiu com a estrela pornô“, acrescentou, referindo-se a Stormy Daniels, uma das mulheres que receberam dinheiro em segredo e em violação das leis eleitorais.

O advogado de Cohen, Lanny Davis, disse na sexta-feira que o filho mais velho do presidente, Donald Trump Jr., deveria ter sido preso, porque foi ele que “assinou os cheques”.

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