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Mundo político só pensa em tirar proveito pessoal do coronavírus

Atitude mais primitiva, e talvez por isso mesmo a mais comum, é pedir medidas de isolamento cada vez mais rigorosas

atualizado

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Não adianta fazer de conta, dentro do mundo político brasileiro, que a maioria das pessoas que vivem nesse ecossistema estejam pensando, em primeiro, segundo e terceiro lugar, no interesse do público quando “tomam posição” sobre o coronavírus – sim, porque a maioria delas aproveita essa situação de pânico crescente para se “manifestar”. É um palco natural. Obviamente, está sendo usado. Na maioria das vezes, cada um está pensando numa coisa só: como eu tiro proveito pessoal disso?

A atitude mais primitiva, e talvez por isso mesmo a mais comum, é pedir medidas de isolamento cada vez mais rigorosas, mais proibições, mais “não pode” – e, naturalmente, criticar o governo por não estar fazendo o que deveria ser feito para acabar com a epidemia. E o que deveria ser feito? Isso não interessa, mesmo porque não deve haver uma dúzia de políticos com um mínimo de conhecimento útil sobre o assunto. Só interessa dizer que está tudo errado e repetir: “Olhem para mim, eu estou avisando”.

Se tudo piorar, os políticos vão dizer: “Eu pedi o máximo de rigor contra o vírus. O governo não me escutou”. Se tudo melhorar, vão dizer: “Só melhorou porque eu cobrei o máximo de rigor contra o vírus”. Não tem erro. Só dá lucro.

* Este texto representa as opiniões e ideias do autor.

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