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Nova denúncia: Renan Sena é acusado de agredir mulheres na Esplanada

Duas amigas foram vítimas de violência física e verbal enquanto passavam de carro por um ato em defesa do presidente Jair Bolsonaro

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Renan Sena, engenheiro e militante bolsonarista acusado de participar de atos golpistas e terroristas no DF. Na imagem, ele discursa em carro de som, com microfone na mão, cercado de pessoas usando verde e amarelo - Metrópoles
1 de 1 Renan Sena, engenheiro e militante bolsonarista acusado de participar de atos golpistas e terroristas no DF. Na imagem, ele discursa em carro de som, com microfone na mão, cercado de pessoas usando verde e amarelo - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Preso e liberado no domingo (14/06) por ameaçar e xingar o governador Ibaneis Rocha (MDB) e estar envolvido no ato contra a sede do Supremo Tribunal Federal (STF), o engenheiro elétrico Renan da Silva Sena, 57 anos, voltou a ser acusado de crimes, nessa segunda-feira (15/06). Desta vez, pela autoria de agressão física contra duas mulheres que passavam de carro durante um ato bolsonarista realizado na noite do dia 7 de junho, um sábado, na Praça dos Três Poderes.

As estudantes registraram a denúncia na Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa, ou por Orientação Sexual, ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) após terem reconhecido o rosto do suposto agressor nas imagens feitas na prisão do extremista.

Até então, elas procuravam identificar algum dos envolvidos por meio de vídeos publicados nas redes sociais. Uma foto com a participação de Renan Sena foi anexada ao novo boletim de ocorrência (veja abaixo). A Polícia Civil (PCDF) apura o caso.

“Um dos cara que nos agrediu e que amassou o nosso carro é o Renan Sena, vimos no jornal e conseguimos reconhecê-lo. Não foi só ele, mas conseguimos identificá-lo. A gente disse na delegacia que o reconhecemos, que ele é um dos líderes do movimento 300 do Brasil e trabalhava no governo federal. Fizemos mais uma ocorrência”, confirmou ao Metrópoles a estudante Kimberlly Oliveira, de 24 anos.

Kimberlly estava no carro com a amiga e duas crianças, uma de 3 e outra de 10 anos, quando passaram a ser atacados pelos militantes.

Funcionário terceirizado desligado do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), Renan da Silva Sena chegou a xingar e cuspir em enfermeiras durante ato realizado na Praça dos Três Poderes, no feriado do dia 1º de maio. Ele também ofendeu verbalmente uma mulher que passava nas proximidades do extinto acampamento do movimento bolsonarista 300 do Brasil, do qual é um dos coordenadores.

A reportagem tenta contato com a defesa de Renan Sena. O espaço permanece aberto para manifestações.

Após prisão, mulheres acusam Renan Sena como autor de agressão na Esplanada
Renan Sena foi acusado de autoria por agressões a mulheres que passavam por ato bolsonarista em Brasília
Relembre o caso

Segundo o relato feito pelas redes sociais, a confusão ocorreu durante engarrafamento causado no local pelo ato favorável ao atual ocupante do Palácio do Planalto. Quando as universitárias se aproximaram da manifestação, passaram a ser provocadas e xingadas pelos presentes.

“Tudo começou com um cara que estava balançando bandeiras dos Estados Unidos, do Brasil e de Israel. Eu estava incomodada com o engarrafamento e precisando chegar em casa. Por eu estar com a cara fechada, ele começou a me provocar e a me xingar de esquerdista”, relatou na oportunidade.

Segundo ela, a partir de então, outros manifestantes se acumularam e passaram a chutar e a bater no carro, com pedras e pedaços de pau. “Minha amiga desceu para ver os danos na lataria e a confusão começou de vez. Desci para filmar os agressores e levei um soco, que fez meu celular cair no chão. Ela também foi bastante agredida. Estou nervosa até agora”, disse.

Reconhecimento

Segundo Kimberlly, a Polícia Militar (PMDF) conteve os agressores e, depois, orientou as duas a irem para casa. Nas imagens, o integrante da corporação aparece sem o uso de máscara. O item é obrigatório no Distrito Federal desde a publicação de um decreto assinado pelo governador Ibaneis Rocha.

Com a repercussão do vídeo na internet, o caso chegou até uma representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), que passou a dar orientações para as mulheres.

Após a ocorrência, a PMDF informou que foi acionada e que os militares conversaram com a vítima com o intuito de identificar os possíveis agressores. “Mas ela não soube apontar quem seriam os responsáveis. Apesar da insistência dos policiais para que ela registrasse a ocorrência, ela se negou a fazê-lo”, completou.

De acordo com a PM, com o intuito de “facilitar a comunicação entre os militares que estavam em áreas afastadas, o policial que atendeu a moça tirou a máscara por um instante”.
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Terceirizado

Missionário evangélico, Renan da Silva Sena era funcionário terceirizado do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Por ser de grupo de risco, ele foi incluído no regime de teletrabalho, mas não apresentava o resultado remoto.

No ministério chefiado por Damares Alves, Sena atuou como analista de projetos do setor socioeducativo. O contrato dele foi feito por intermédio da G4F Soluções Corporativas Ltda.

Contratada por R$ 20 milhões, a empresa presta serviços nas áreas de apoio administrativo e operacional à pasta e demitiu o funcionário em 4 de maio.

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